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sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Artesanato III


Temperamento artístico é uma doença que ataca os amadores.
(Chesterton)


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Continuando no tópico de artesanato, vou mostrar mais alguns trabalhos. Hoje é o caso de outro natural de Sobral Magro.
José Augusto Quaresma, fez o seu percurso profissional ao serviço da Marinha e, nas horas vagas, começou a fazer trabalhos onde aplicava vários tipos de nós de marinheiro.
De entre eles, ofereceu um quadro à Comissão de Melhoramentos da sua terra natal, que se encontra exposto na Casa de Convívio .

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Artesanato II

A vida bate e estraçalha a alma e a arte nos lembra que você tem uma.
(Stella Adler)

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Deambulando pela net, encontrei no hi5 algumas fotografias da Ana Lopes que, tal como eu, está ligada a duas aldeias da freguesia de Pomares: o Sobral Magro e o Porto Silvado.
Como há tempos iniciei o tópico do artesanato, foram muito oportunas as fotos. Assim, já posso dar a conhecer o trabalho dum outro artesão de Sobral Magro que, só quando me deslocasse de novo àquela povoação , eu teria oportunidade de obter.
São do Manuel Quaresma, as seguintes peças esculpidas em madeira:


quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Aniversário da Comissão de Melhoramentos de Sobral Magro

A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido. Não na vitória propriamente dita.
(Mahatma Gandhi)


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No âmbito das comemorações do seu 57 º aniversário, a Comissão de Melhoramentos de Sobral Magro vai realizar um jantar e noite de fados, no próximo dia 14 de Março, no Restaurante d' O Pastelinho de Benfica.
Oportunamente será dada a informação do preço e da Ementa seleccionada para o efeito.
Até lá marque o dia na sua agenda.
A Comissão conta consigo.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Pastor do Monte

A imaginação é mais importante que o conhecimento.
(Albert Einstein)

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- O pastor -
(Imagem da Net)


Pastor do Monte, Tão Longe de Mim


Pastor do monte, tão longe de mim com as tuas ovelhas
Que felicidade é essa que pareces ter — a tua ou a minha?
A paz que sinto quando te vejo, pertence-me, ou pertence-te?
Não, nem a ti nem a mim, pastor.
Pertence só à felicidade e à paz.
Nem tu a tens, porque não sabes que a tens.
Nem eu a tenho, porque sei que a tenho.
Ela é ela só, e cai sobre nós como o sol,
Que te bate nas costas e te aquece, e tu pensas
noutra cousa indiferentemente,
E me bate na cara e me ofusca. e eu só penso no sol.


Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"




- Não é pastor e nem sequer pastora. Era eu que brincava aos pastores -




segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

85 Anos

Nos olhos do jovem arde a chama. Nos do velho brilha a luz.
(Victor Hugo)

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Hoje foi o dia de aniversário da minha sogra. 85 anos de trabalho intenso vividos no Porto Silvado. Ali se casou e viu partir o marido para Lisboa, em busca de emprego que lhe garantisse melhores condições de vida para a família. Ali criou os seus três filhos até à idade de os mandar também para Lisboa, para se fazerem uns "homens" à medida que se acabavam de se criar.
Foi uma vida de grande sofrimento físico e psicológico, quer calcorreando as veredas íngremes das encostas montanhosas quer desbravando os terrenos que, por vezes, produziam pouco mais que nada, sempre separada dos seus familiares mais queridos.
Foi uma vida dura. Era a vida da maior parte das mulheres da serra.

E agora, chegada aos 85 anos, já sem forças e carregada dos sofrimentos próprios da idade, passa a vida a queixar-se das dores que não a deixam trabalhar.
Abençoados 85 anos, pois à minha volta vejo muita gente nova que procura a melhor maneira de não fazer nada, enquanto o que ela desejava era apenas poder trabalhar...



domingo, 25 de janeiro de 2009

Música da Serra do Açor



Existem muitas maneiras de fazer música. Eu prefiro todas.
(Gilberto Gil)


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Ao iniciar O Açor, pretendi dar a conhecer um pouco de mim, das minhas opiniões, dos meus gostos e ao mesmo tempo não perder hábitos de leitura e de escrita, que teria tendência a descurar após a minha aposentação.
Actualmente, com a Leonor a preencher a maior parte dos meus dias, só à noite, bastante tarde consigo sentar-me calmamente, para dar asas a este vício que tomou conta de mim.
Hoje, Domingo, aproveitei algum tempo livre, para programar a semana do blog, em especial no que se refere à música.
Durante a passada semana, consegui alguns temas de dois grupos da nossa freguesia e coloquei-os para ilustrar musicalmente os posts.
A música irá variar, sempre que possível, de acordo com os tópicos, mas sempre fiel à essência do blog - aquilo de que gosto.
Para a próxima semana, escolhi ainda temas tradicionais da serra do Açor, neste caso do vizinho concelho da Pampilhosa da Serra, em tudo semelhantes aos do nosso concelho.
Espero que apreciem.



- Gralhas do Concelho da Pampilhosa da Serra (donde é originário um ramo da minha família paterna) -
-Foto do site http://gralhasonline.no.sapo.pt/ -






sábado, 24 de janeiro de 2009

Beautiful Blogger Award



A palavra foi dada ao comum dos mortais para comunicar os seus pensamentos e aos sábios para os disfarçar .
(Robert South)


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Foi com imenso prazer que recebi este prémio, concedido pela amiga blogueira Dulce
http://em-prosa-e-verso.blogspot.com/

Vou partilhar este prémio com dois dos blogs que sigo, aprecio e recomendo:

http://vozdogoulinho.blogs.sapo.pt/

http://opombalinho.blogspot.com/

Muitos outros blogs mereceriam, da minha parte, esta distinção. No entanto, com as minhas desculpas a todos os outros, escolhi estes dois por, tal como eu, pretenderem divulgar recantos do nosso Portugal, que tanto aprecio.
Um é da serra do Açor (doutra freguesia) e o outro duma região de planície, mais próxima dos grandes centros urbanos, mas também ele carregado de história do ambiente rural.


À Dulce, agradeço a distinção.

Na impossibilidade se lha oferecer pessoalmente, deixo-lhe aqui uma das flores do meu jardim.







sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Torga e a Beira

A beleza ideal está na simplicidade calma e serena.
(Johann Goethe)



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Hoje vou terminar o meu olhar pelo livro de Torga, que ando a ler.
Em relação à Beira ele escreve:



... Também lhe não acena uma paisagem límpida e aberta. A não ser nos boqueirões e nos píncaros da Estrela, onde se desce ao inferno e se toca o céu, enrugada e morena, a natureza beiroa só de quando em quando se espraia e alegra. Dir-se-ia que uma limitação de tamanho e de posses limita também o arco-íris do cenário. É quase preciso cair inesperadamente sobre certos recantos para os surpreender na intimidade nua das suas horas felizes. Alguns trechos do Alva, pedaços do vale do Zêzere, curvas do Mondego — são imagens para não esquecer pela vida fora.





- O vale do Alva em Coja -
(Foto tirada da Net)


E até caprichosos arranjos de casario, aqui e além, se não conseguem o pitoresco e a graça de bonitas aldeias escaroladas e gaiteiras do país, são duma rusticidade tão tocante que comovem por isso.



- Aldeias na serra: Monte Frio, Luadas e Pai das Donas -

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Torga e o Beirão III

Quanto maior a dificuldade, tanto maior o mérito em superá-la.
(H. W. Beecher)


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Mais um excerto que Miguel Torga dedicou ao beirão no seu livro PORTUGAL.


Pouco sensível à estética, o beirão não cuida da beleza dos seus burgos. Mas ela surge-lhe mesmo sem ele querer, como os coelhinhos brancos nas leis mendelianas. E temos Avô, Coja e Celorico, por exemplo.




- Avô -


Dessa pobreza artística que o marca, e da ingratidão dos materiais de que dispõe — nas zonas de xisto a inventiva pára automaticamente —, sofrem os monumentos as consequências. A pobreza do solo, a aspereza do clima e a configuração moral e mental do habitante não consentiram nunca nem os vagares da criação gratuita, nem os ócios da sua fruição. E é das coisas desconsoladas verificar que não aparece nas feiras da região um barro colorido, uma canga entalhada, um avental bordado.
Tudo é neutro como as pedras da serra, a que é preciso descobrir beleza na coesão dos átomos e na serenidade com que assentam no chão.



- Peça de barro mais usado na região -



Sendo uma região bastante pobre, o beirão lutava para matar a fome e punha de parte o conceito estético, mais acentuado noutras regiões do país. Devido ao isolamento a que estavam votados, utilizavam nas construções os materiais endógenos (tão apreciados nos dias de hoje).


- O xisto e o Piódão -


quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Torga e o Beirão II



Transportai um punhado de terra todos os dias e fareis uma montanha.
(Confúcio)

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Vou continuar a servir-me de pequenos trechos do livro PORTUGAL, em que Miguel Torga escreveu sobre o Homem da nossa região e que vou ilustrar com algumas das minhas fotos.

Quase nada. Algum remendo de centeio nas quebradas, meia dúzia de belgas de milho nos nateiros dos rios, quatro azeitonas, uns tonéis de vinho do Dão, a lã, o leite e a carne duns centos de ovelhas, um rebanho de cabras, duas trutas e um punhado de maçãs.



- A pesca de trutas na ribeira do Sobral -


Mas tudo isso o beirão multiplica com o seu amor. Do caldo de couves faz um manjar, do azeite uma tibornada, da lã churra um cobertor de papa, e da carne de cabra uma chanfana de endoidecer.


- Um pastor com o seu rebanho de cabras -


Faz estes milagres sem grande imaginação, pouco poeta e pouco artista, mas hábil, engenhoso e prático. Duma agricultura sem grandeza consegue uma abundância regrada, saborosa, com tigelada no fim.




- A saborosa tigelada beirã -

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Torga e o Beirão I


No meio de qualquer dificuldade encontra-se a oportunidade.
(Albert Einstein)

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Continuando no livro PORTUGAL, de Miguel Torga, mais um excerto em que se refere ao Homem da beira.


A' oliveira da serra
O vento leva a flor...
À parda e doméstica árvore do Horto da Agonia foi o beirão buscar o símbolo de uma evasão que o transporte e lhe respeite a inércia da raiz. A flor que vá, mas a tancha que fique.

Ó ai, ó linda, só a mim ninguém me leva,
Ó ai, ó linda, para o pé do meu amor!...

Sim, nem mesmo para junto da namorada. A natureza humana é fraca, e o Demo tem artes de perder um homem de mil maneiras. Por isso, o mais seguro é deixar-se estar, enquanto as pétalas aladas levam o queixume de uma solidão que, sendo um sofrimento da alma, é um gosto do corpo. Amoroso dos valeiros que fabrica com seixos e suor em cada barroca onde passa um fio de água, neles pega de estaca e viceja.



- Trabalhando nos cômbaros que construiu -


Mas o instinto de conservação pode mais do que as amarras que o seguram. E, se a fome aperta, que remédio senão abalar! Em colónias, que é o grande tipo de emigração beiroa, o irmão a chamar o primo e o primo a chamar o amigo, não há sítio no mundo onde não chegue o seu braço. Qualquer trabalho lhe serve. Os duma povoação são varredores, os da povoação vizinha engraxadores, os da seguinte barbeiros.




- Colónia da freguesia de Pomares em Lisboa (Caminhos de Ferro) -


Nada de aventuras sem garantia. O avô foi leiteiro na Califórnia, o filho herda-lhe o ofício e transmite-o ao neto. Saem já com o destino talhado. E ainda com a condição de terem a retirada coberta. Essa prudência, aliada a um bairrismo descabelado, tornam o beirão capaz de uma tal ubiquidade humana, que ao mesmo tempo que moureja na América colabora activamente na construção do fontanário da sua terra. Há juntas de melhoramentos duma aldeola que têm o presidente e os sócios a milhares de quilómetros, noutro continente. E que riquezas o chamam à consciência terrunha, além da lição original e absorvente da serra ?



- Fonte construída pela Comissão de Melhoramentos de Sobral Gordo -



domingo, 18 de janeiro de 2009

Torga e o Beirão



Não há melhor fragata que um livro para nos levar a terras distantes.
(Emily Dickinson)

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No seu livro PORTUGAL, Miguel Torga define, como ninguém, os beirões.
Hoje, deixo aqui um excerto desse livro, em que ele se refere em especial ao Homem do Açor.


… Não há casal, dos inúmeros que se espalham pela serra fora como pequenos rebanhos de ovelhas, onde não tenha nascido um desses homens sem brilho, apagados e humildes, que começam a tocar pífaro sobre uma lapa, e que às duas por três estão no Terreiro do Paço de aguilhada na mão.
Mas o beirão mais castiço e simpático não é esse ambicioso de poder e mando, quase sempre tão limitado psicologicamente como os seus nativos horizontes. É o que fica agarrado às berças, sepultado nos abismos do seu Piódão neolítico, e que todos os anos sobe ao Colcorinho para cantar na Senhora das Necessidades a canção do seu destino, íngreme como as encostas onde cultiva a esperança.
Toada que em nada lembra a que embala a Senhora do Almurtão, ou a que desperta o S. Bento da Porta Aberta — a Virgem insofrida das praganas da planície, e o Santo entorpecido da longa hibernação da montanha. Não. A Senhora das Necessidades ouve uma canção singela, nem muito quente nem muito fria, moderada e discreta como a da fé do romeiro.



As duas fotos que se seguem referem-se a romeiros de Sobral Magro, no alto do Monte do Colcurinho.



Da esquerda para a direita estão Maria Marques e filha Cidalina Marques, Maria Adelaide e filha Maria do Céu, Isaura Marques, Américo Cordeiro e Isilda Custódio (todos já falecidos).



Também pela mesma ordem, com a serra da Estrela como fundo, podemos ver José Coisinha, Ernesto Lopes e José Quaresma ( os dois últimos já falecidos).






sábado, 17 de janeiro de 2009

Miguel Torga

Morrer é apenas não ser visto. Morrer é a curva da estrada.
(Fernando Pessoa)



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No ano de 1995, morreu Adolfo Correia da Rocha, poeta, ficcionista e ensaísta português mais conhecido pelo pseudónimo Miguel Torga.

Nascido em S. Martinho da Anta (Trás os Montes), frequentou durante algum tempo o seminário. Emigrou para o Brasil onde trabalhou na fazenda dum tio que lhe pagou os estudos. Regressou a Portugal e frequentou a Faculdade de Medicina de Coimbra. Ainda estudante, publicou os seus primeiros livros, contando para tal com a ajuda financeira do tio.
Oponente ao regime a época, viveu sempre uma vida conturbada.
Em 1948, atravessou um período difícil da sua carreira e, a convite do Dr. Fernando Vale, passou a exercer o cargo de especialista em otorrinolaringologia no Hospital de Arganil.
Miguel Torga nunca esqueceu esta fase da sua vida e, como reconhecimento, no final da sua carreira doou o equipamento do seu consultório de Coimbra, à Santa Casa da Misericórdia de Arganil que, com ele, montou um pequeno museu no átrio do velho edifício do Hospital.
Pelo contributo e amor ue dedicou à região, a Câmara Municipal de Arganil, a Junta de Freguesia e a Assembleia de Compartes do Piódão associaram-se à Editorial Moura Pinto e, no ano do centenário do nascimento do médico/escritor, inauguraram um memorial em sua honra, junto aos Penedos Altos (na serra do Açor) tendo à vista o Piódão.


- Memorial a Miguel Torga, nos Penedos Altos -



Como já se devem ter apercebido os visitantes deste blogue, Miguel Torga é um dos meus autores de eleição.
Não podia deixar passar a data , sem lhe prestar também a minha singela homenagem.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Artesanato I



Nunca devemos esquecer que arte não é uma forma de propaganda, é uma forma de verdade. (John Kennedy)


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Hoje vou divulgar alguns dos trabalhos de arte sacra executados pelo meu pai.
Para além daquele que mostrei no passado dia 12, são muitas as peças que tem esculpido em madeira, das quais destaco as seguintes:




- Baixo Relevo (Menino Jesus de Praga)




- Crucifíxos vários -



- Santa Teresinha e Santo António -





- Tríptico -

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Texto Curioso


O poeta é uma mentira que sempre diz a verdade
(Jean Cocteau)


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Nas minhas habituais pesquisas na Internet, encontrei um texto poético escrito duma forma pouco usual.
Fica aqui para quem não conhece. Leia-o de cima para abaixo e depois leia de baixo para cima.




Não te amo mais.
Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quis.
Tenho certeza que
Nada foi em vão.
Sinto dentro de mim que
Você não significa nada.
Não poderia dizer jamais que
Alimento um grande amor.
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
EU TE AMO!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais...



(Clarice Lispector)






quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Leonor

A melhor maneira de tornar as crianças boas, é torná-las felizes.
(Oscar Wilde)
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A Leonor fez ontem dois aninhos. Agradeço a todos quantos me enviaram os Parabéns pela data.
Penso que este foi o primeiro ano, em que ela percebeu que a festa era dela. Esteve sempre bastante entusiasmada e delirava cada vez que abria um presente.
Aqui está ela junto ao bolo que fiz, no momento em que lhe cantámos os Parabéns a Você. Bem tentámos que apagasse a vela, mas teve que ser a mãe a fazê-lo, pois ela achava graça à vela acesa.






terça-feira, 13 de janeiro de 2009

2º Aniversário da Leonor


Os afectos podem, às vezes, somar-se. Subtrair-se, nunca.
(Pitágoras)


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A Leonor nasceu há dois anos.

Como o tempo passou depressa. Parece que foi há dias que esperava impaciente à porta da maternidade pelo seu nascimento, e a vi através do vidro pela primeira vez.
Mas é verdade, o tempo passou. Cresceu e desenvolveu-se como qualquer criança saudável.
É a luz dos meus olhos e o seu sorriso ternurento enche-me a alma, mesmo nos momentos mais difíceis.

É para ela o meu post de hoje.


segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Artesanato


Nossa vida é o que nossos pensamentos dela fazem.
(Marco Aurélio)


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É conhecido o meu gosto pelos trabalhos manuais, que começou ainda muito novinha.
Este gosto mantém-se e, penso que no meu código genético havia uma grande propensão para as actividades ligadas à arte. Nunca a desenvolvi na medida dos meus desejos. Eu ainda sou do tempo em que não era muito bem visto as meninas seguirem áreas artísticas.

Com a minha mãe, exímia rendeira, aprendi a fazer os primeiros pontos de crochet e mais tarde de bordados.

O meu pai tem também muito jeito para o artesanato ( em especial para esculpir madeiras), tendo até algumas peças, executadas por ele, expostas no Museu de Arganil.




- Algumas peças de madeira feitas pelo meu pai -

Nas férias, que passava no Sobral Magro, sempre gostei de me juntar aos grupos de raparigas, que passavam a hora do calor no balcão da casa da tia Idalina, mesmo em frente à casa da minha avó. Aí se faziam lindas rendas e entremeios com os quais se enfeitavam lençóis e toalhas de enxoval. Aí comecei também a fazer o meu.

Ao longo do meu percurso académico, desenvolvi outras aptidões em outros tipos de artes.


- Pintando camisolas com os alunos -



No exercício das minhas funções docentes, tentei despertar nos meus alunos o gosto pelo artesanato e, em muitos casos, consegui atingir os meus objectivos.
No final de cada ano lectivo, fazia exposições com os trabalhos dos alunos, que os pais apreciavam e valorizavam bastante.



- Azulejo (Prenda para o Dia do Pai) -


A nossa região é fértil em artesãos e, por essa razão, resolvi abrir um tópico neste meu blog, para quem nele quiser colaborar.
Já tenho mostrado alguns trabalhos meus e de naturais de Sobral Magro, mas gostaria de divulgar as “habilidades” de outros amigos em especial da nossa região: o Açor.Por essa razão, lanço aqui um desafio a quem desejar mostrar os seus trabalhos, que o faça enviando-me fotografias dos mesmos, a sua identificação e aldeia de origem.

Espero que aceitem o meu desafio.


- Peças de cerâmica pintadas por mim -

sábado, 10 de janeiro de 2009

De Novo a Neve

A actividade vence o frio; a inactividade vence o calor; assim, com a sua calma, vai o sábio corrigindo tudo no mundo.
(Textos Taoiístas)

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A região Norte e Centro do país vestiu-se de branco.

Nos últimos dias o frio tomou conta do país, com maior incidência nas terras altas do interior. A serra do Açor não foi excepção e, grande parte encontra-se de baixo dum extenso manto branco. A paisagem é soberba, mas os riscos são muitos e aconselham uma atenção redobrada e muita prudência por parte de todos aqueles que se deslocam nas nossas perigosas estradas.


- Neve na Serra do Açor -


sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Funerais de Antigamente



Esquecer-se da morte e dos mortos é prestar um péssimo serviço à vida e aos vivos.

(Philippe Ariès)


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O acontecimento que me fez deslocar recentemente ao Sobral Magro, trouxe-me à lembrança os relatos que ouvi na minha infância, sobre os funerais de antigamente.
Numa época em que os habitantes da serra raramente saíam das suas aldeias, o dia em que se realizava algum funeral era quase um escape para se poder passar um dia diferente.
As aldeias despovoavam-se para acompanhar o falecido ao cemitério de Pomares, o único na freguesia até 1959, data da inauguração do cemitério de Sobral Magro.
O cadáver seguia num esquife, transportado pelos familiares e amigos, que percorriam a pé, a distância que separava a povoação de residência do falecido da sede de freguesia.

- Cemitério de Pomares -


Após o enterro, as mulheres seguiam para as suas aldeias; os homens reuniam-se nas tabernas de Pomares onde , por entre copos de vinho e bagaço, conversavam sobre os mais diversos temas.

Rodadas seguidas de rodadas e, muitas vezes, só ao anoitecer regressavam às suas casas. Demoravam muito mais tempo no percurso de regresso, pois alguns deles iam já completamente bêbados.

Era um dia de emoções contraditórias: a tristeza causada pela morte e a alegria do encontro com amigos, misturada com o exagero das bebidas alcoólicas.



quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Frio na Serra

Os ventos que às vezes tiram algo que amamos, são os mesmos que trazem algo que aprendemos a amar. Por isso não devemos chorar pelo que nos foi tirado e sim, aprender a amar o que nos foi dado. Pois tudo aquilo que é realmente nosso, nunca se vai para sempre.
(Bob Marley)


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Como já aqui referi, estive no início da semana na freguesia de Pomares, para acompanhar a tia Deolinda à sua última morada. O tempo estava frio, como é característica da estação que atravessamos.

Na Segunda Feira, quando acordei, abri a janela e o panorama era este:






As árvores do largo de Sobral Magro, nuas de folhas deixavam ver uma neblina cerrada. Uma aragem fria e cortante gelou-me a cara e as mãos. Não fôra o motivo que me fez ali deslocar e de certo passaria o dia inteiro à volta da lareira.

No entanto, há alturas na vida em que em que o frio é o menos importante e lá fui até ao Vale do Torno.

Na estrada, algumas pessoas estavam já preparadas para também irem ao funeral.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Um Ano de Vida

O pessimista queixa-se do vento, o optimista espera que ele mude e o realista ajusta as velas.
(Willian George Ward)



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Faz hoje um ano que iniciei este blog, sem qualquer pretensão que não fosse a de preencher o tempo que tinha livre, divulgar alguns dos meus gostos pessoais e deixar registadas algumas das coisas interessantes que me fossem acontecendo.





Muita coisa aconteceu. Algumas vezes revelei os meus estados de espírito e escrevi sobre as coisas de que gosto. Várias pessoas passaram e deixaram as suas palavras simpáticas nos comentários que faziam.

No início, não pensei na possibilidade de postar praticamente todos os dias, mas acabei por me viciar e, em alguns casos, deixei para trás alguns dos meus afazeres para poder procurar ou digitalizar fotografias representativas das ideias que me passavam pela cabeça. Por vezes tive que recorrer à internet e aos blogues amigos para as obter.

Neste momento, outros valores mais altos se levantam.

A Leonor exige bastante de mim, tanto mais que, com a separação dos pais, tive necessidade de lhe dedicar mais tempo. E como é com gosto que o faço, possivelmente não irei conseguir continuar a escrever com a frequência com que o fiz neste primeiro ano. Continuarei sempre que puder a deixar aqui as minhas impressões, os meus desabafos, os meus trabalhos, as minhas fotografias, a minha amizade,...

No meu primeiro post coloquei a fotografia dum dos naperons por mim bordados , que veio publicado na revista ArteIdeias. Hoje deixo um pano de tabuleiro bordado em ponto de cruz, que saiu na revista Ponto de Cruz e NOVIDADES.



terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Dia de Reis


As pessoas estão tão preocupadas sobre o que eles comerão entre o Natal e o ano novo, mas eles realmente deveriam estar preocupados sobre o que eles comem entre o ano novo e o Natal.
(Autor desconhecido)



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Hoje, dia 6 de Janeiro, é o DIA DE REIS!
Diz-se que os Reis Magos vieram do Oriente guiados por uma estrela, para oferecer presentes ao Menino Jesus.
Os mais conhecidos eram três: Baltasar, Belchior e Gaspar.



- Adoração dos Magos ( Bento C. Silveira)
no Museu de S. Roque -

Nesta altura do ano, é tradição comer-se o célebre bolo-rei. Este bolo, carregado de simbologia, representa os presentes que os Reis Magos ofereceram ao Menino recém-nascido.
A festa de Reis começou a ser celebrada na corte dos reis de França e o bolo-rei terá surgido no reinado de Luís XIV, para as festas do Ano Novo e do dia de Reis.
Em Portugal, este bolo começou a ser confeccionado quando Baltasar Castanheira Júnior, filho do fundador da Confeitaria Nacional, nos finais do século XIX, trouxe para Lisboa a receita deste famoso bolo.
Mais tarde, passou a ser confeccionado em todas as confeitarias da capital e tornou-se o bolo mais vendido nesta época do ano.


- O bolo-rei -



segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

A Família Continua a Diminuir

Tudo em nós é mortal, menos os bens do espírito e da inteligência.
(Ovídio)


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A família está a diminuir rapidamente.
Ainda não estava recomposta do falecimento duma tia e já estava a receber a notícia do falecimento doutra. Desta vez foi a tia Deolinda, o elemento mais idoso da família.
Nascida a 1 de Novembro de 1911 em Porto Silvado, viria a casar com José Bento (já falecido) natural do Vale do Torno, onde fixou residência.
Actualmente encontrava-se no Lar de Sandomil.
Não mais iremos ouvir os versos que fazia, nem as modas de antigamente que cantava, nem as gargalhadas que soltava quando a visitávamos.

Ontem disse-nos adeus para sempre.
Hoje acompanhámo-la à Igreja de Pomares onde, próximo da pia onde foi baptizada, o padre Sousa encomendou a sua alma.
De seguida, conduzimo-la à sua última morada - o cemitério de Pomares.
Que Deus a receba no Céu e que a sua alma descanse em paz.



sábado, 3 de janeiro de 2009

Recomeça

Nenhum ano será realmente novo se continuarmos a cometer os mesmos erros dos anos velhos.
(Autor desconhecido)
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O primeiro poema de 2009 só podia ser de...

- Miguel Torga -
Recomeça….


Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
E, nunca saciado,
Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças…


sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Janeiras


Entendamos como sinónimo de ano novo, oportunidade nova, e se ela for levada a sério, mudaremos os nossos votos de prosperidade no começo do próximo ano, para festejarmos esta prosperidade já concretizada.
(Ivan Teorilang)


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Em algumas regiões do país faz parte da tradição cantar as Janeiras.
Grupos de pessoas vão de porta em porta, desejando um bom ano aos habitantes de cada casa. Normalmente, as portas abrem-se e presenteiam-se os cantores com filhoses, chouriço, vinho e outros artigos que as pessoas tenham em casa.
Terminada a ronda , o grupo divide ou comem juntos o resultado que receberam.
Esta tradição tem vindo a cair em desuso na região da serra do Açor. No entanto, ainda há algumas aldeias que a vão a mantendo e outras que, aos poucos, a têm vindo a recuperar.
As cantigas que se entoam nestes casos variam de região para região e terminam conforme a maneira como são recebidos.
Eis um exemplo que encontrei no You Tube:



quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Dia Mundial da Paz



É mais fácil fazer a guerra do que a paz .
(Georges Clemenceau)




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Hoje dia 1 de Janeiro, comemora-se o DIA MUNDIAL DA PAZ.




A Paz seja convosco.