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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Fim de Ano no Sobral

A poucas horas do final do ano, na minha aldeia o entusiasmo é grande. Junto à capela arde a fogueira de Natal e, junto dela, há grande animação.




Na loja do Fernando, prepara-se a mesa dos "comes e bebes".




À porta faz-se o churrasco.
 
 


Um  grupo mais jovem inicia os festejos.





Agora que está tudo preparado, vamos juntar-nos aos nossos familiares e amigos para dar as boas-vindas a 2011. Feliz Ano Novo!

Até para o ano!

Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Estória de Natal

 
A noite estava linda e as estrelas brilhavam no céu naquela noite de Natal de 1970.
Maria de Jesus, cabisbaixa como se carregasse o Mundo sobre os seus ombros, saía da capela após assistir à Missa do Galo. Nascera ao princípio do dia 25 de Dezembro há quarenta e cinco anos atrás, daí  a razão do seu nome, mas a vida sempre lhe fora madrasta.  Pouco tempo após o casamento,  o marido faleceu precocemente, deixando-lhe um filho para educar. Passou por muitas dificuldades para o criar e,  tal como muitos outros, chegada a idade da tropa foi mobilizado para a guerra do ultramar.
Já há algum tempo que Maria de Jesus  não recebia nenhum aerograma deo filho  e, o seu coração de mãe só pensava no pior.
Deslocava-se no meio de todos os habitantes da sua aldeia que alegremente conversavam à sua volta mas, enquanto os  vizinhos exuberavam de felicidade na companhia dos familiares que os tinham vindo acompanhar naquela quadra, ela estava mais só que nunca. 
Alheia a tudo e a todos seguiu para casa. De repente, sentiu-se mais triste ainda. Ao olhar para a janela  da sala, vendo-a  iluminada pensou que se esquecera da luz acesa. Como andava a sua cabeça... - pensou ela.
Arrastando-se pelo carreiro chegou  a casa. Abriu a  porta e ficou atónita. Sobre a mesa   um pequeno bolo-rei e, na sua frente, sorrindo para ela estava o seu Zé. Abraçaram-se  demoradamente e, entre choro e risos,  ele lá lhe foi explicando que tinha sido ferido numa emboscada, quando  a coluna militar onde seguia,  fora atacada. Devido ao seu desempenho heróico, ajudando a  salvar alguns dos seus colegas,  apesar de  ferido,  fora premiado com um louvor e  um mês de férias na Metrópole para se restabelecer. Pensando na data, não perdeu tempo e apanhou o primeiro avião. Após a chegada, gastou o pouco dinheiro que tinha consigo na compra dum bolo-rei e chegara alguns minutos antes.
Maria de Jesus sentiu que,  esse ano a vida lembrara-se dela e tinha-lhe oferecido  o melhor presente de sempre.

Sobral Magro
  
Passaram os anos.
A mesa estava posta com todas as iguarias tradicionais de Natal rodeando o bolo-rei.
José encontrava-se por detrás da vidraça, aguardando  os familiares que tinham ido assistir à Missa do Galo. Os seus olhos estavam fixos na entrada da capelinha da sua aldeia, tal como acontecera há muitos anos atrás mas, desta vez, no meio das pessoas que saiam da Missa do Galo, não vinha a sua mãe, que falecera no ano anterior.
Emocionou-se e uma lágrima furtiva rolou-lhe pela face. O neto que entretanto se aproximara, trouxe-o de volta à realidade, quando lhe chamou a atenção para tantas estrelinhas que havia no céu.
Era verdade naquele ano a noite de Natal estava linda e estrelada e ele pensou que, lá bem longe, no meio de todas aquelas estrelas do céu, a sua mãe estaria a sorrir para eles.


Obrigada pela seu visita. Volte sempre.



 

sábado, 25 de dezembro de 2010

Já Arde a Fogueira de Natal

Nesta época, é costume ancestral da minha aldeia, fazer-se a fogueira de Natal. No passado dia 19, um grupo de sobralmagrenses foi para o pinhal arranjar a lenha suficiente para alimentar a fogueira durante a quadra natalícia.





- A fogueira de Natal de 2010 -

Ontem, a fogueira foi acesa, mais uma vez, no adro da capela.
Como vem sendo hábito, a Ana Teresa esteve presente no local e mandou-me as fotos referentes a esta actividade.


- O grupo responsável -

O ambiente que se viveu foi de grande alegria e entusiasmo e culminou com o lançamento de foguetes.
Apesar de ser uma aldeia com poucos habitantes, esta é uma das tradições que  se vem mantendo.



A fogueira de Natal  ficará a arder, renovando-se a lenha, sempre que for necessário.


Obrigada pela sua visita. Volte sempre.


sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

É Natal

É Natal e por esse Mundo,
Quantos Corações sem Esperança
Quantas Lágrimas Rolando
Num Rostinho de Criança

Quanta Criança Descalça,
Rotinha, Magra, Faminta,
Apelando para o Mundo
Na Rua Estende a Mãozita...

Ah se eu fosse Poderosa
Bem Mais do que um Simples Ser,
Não Haveria no Mundo
Uma Criança a Sofrer
Por isso meu Bom Jesus
Quando o Sino Badalar
Vou fazer uma Oração
Tua Imagem Adorar

Pedirei Paz para o Mundo
Muito Amor para os Pequeninos
Alegria para os que Choram
E Pão para os Pobrezinhos

E Ajudando os que Sofrem
A Cada um Dando a Mão
Passaremos um Natal
Com mais Paz no Coração.

Maria da Luz Pedrosa






Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Sonhos de Natal

Dos bolos e doces tradicionais de Natal, eu adoro sonhos. De cenoura, de abóbora ou simples constituem uma verdadeira perdição em minha casa. Normalmente faço poucas vezes mas, quando isso acontece, tenho que fazer uma grande quantidade  pois, enquanto os estou a fritar, ninguém resiste à tentação e começamos a comê-los ainda quentinhos.



Aqui fica a receita. Estes são sonhos simples.
3 dl de leite;
1,5 dl de óleo;
1 casca de limão;
Uma pitada de sal fino;
250 gr de farinha;
6 ovos inteiros grandes;
Óleo para fritar;
Açúcar em pó para polvilhar.


Deita-se o leite com o óleo, a casca de limão e o sal num tacho e deixa-se ferver. Adiciona-se  a farinha duma só vez e, mistura-se muito bem  com uma colher de pau, até  a massa se descolar do tacho.
Deixa-se  arrefecer e acrescentam-se  os ovos inteiros, um a um, mexendo sempre.
Coloca-se óleo  numa frigideira (funda) e deixa-se aquecer bem. Deitam-se  colheradas de massa e deixa-se fritar de ambos os lados. Retiram-se e deixam-se escorrer.
Polvilham-se  com açúcar misturado com um pouco de canela.

Nota:
Fritam-se poucos sonhos de cada vez, porque a massa vai abrir e aumentar o tamanho de cada sonho. Normalmente não é necessário virar os sonhos porque eles viram-se sozinhos, mas convém estar atenta para não fritarem só dum lado.



Obrigada pela sua visita. Volte sempre.


segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Recordações

A quadra festiva que atravessamos, em que a família e os amigos se juntam, é propícia a recordações. Umas boas outras menos boas, mas o que é certo é que por nós passam imagens do passado que fazem sorrir ou derramar uma lágrima que não conseguimos controlar.
Foi o que aconteceu comigo hoje. Lá fora chovia e eu, aqui em casa, fui acometida duma enorme nostalgia que me levou a recordar  os amigos e vizinhos com quem convivi na meninice.
Vi o prédio onde morava e ali, mesmo na minha frente, começaram a desfilar algumas das personagens que fizeram parte dessa época da minha vida.


Eu e os meus pais habitávamos o lado direito do rés-do- chão do prédio. Do lado esquerdo, a Deolinda, o Fernando e os três filhos (duas meninas e um rapaz) eram quase como nossa família. Separáva-nos o patamar da escada que servia de passagem para os andares superiores e também local de brincadeira com as meninas que habitavam no prédio. Nessa época as meninas tinham uma educação diferente da dos rapazes. Elas brincavam mais em casa, eles mais na rua. Assim, a Nanda e a Milú eram as minhas melhores amigas e delas restam apenas as recordações duma infância de dificuldades mas também de muita alegria. A Nanda foi acometida de uma doença fatal e a levou muito cedo. A Milú foi ama do meu filho nos dois primeiros anos de vida. Foi viver  para a Amadora pouco tempo depois de eu ter mudado para o Laranjeiro e perdi-lhe o rasto.
O primeiro andar era habitado pela D. Maria e o filho. A senhora era costureira e o filho estudava. Eu gostava muito de estar na sua companhia, admirando a forma hábil como ela fazia  vestidos maravilhosos e eu jurava a mim mesma que um dia usaria vestidos assim.
Mas, quando o filho deixou de estudar, conseguiu uma boa colocação nos caminhos-de-ferro em Angola e eles para lá partiram. Foi com grande tristeza que fui com a minha mãe despedir-me deles ao Cais da Rocha do Conde de Óbidos, onde o Vera Cruz os conduziu para um destino distante. Durante algum tempo, ainda trocou correspondência com os ex-vizinhos mas, aos poucos, foi escasseando até que deixámos de saber deles.
A inquilina do segundo andar era  viúva dum militar muito influente na época. Com ela moravam uma filha, mãe solteira, e uma neta mais ou menos da minha idade.
A casa era faustosa. Muito bem mobilada e com uns candeeiros que me magoavam a vista de tanto brilho, deixava-me maravilhada.
Dizia-se que tinham frequentado os salões da alta sociedade da época onde viveram  momentos de glória. Como na altura eram os homens que garantiam o sustento da casa, quando o senhor faleceu, a família entrou em decadência. No entanto, mantiveram sempre as aparências. Era vê-las a sair do prédio e subir a rua muito bem vestidas, desfilando as suas peles, de cabeça bem erguida,  irrepreensivelmente penteadas, aparentando um status que já não possuíam. Apesar de ser mãe solteira e ser alvo das conversas maldosas da vizinhança, a filha casou e abandonou o bairro levando consigo a família. No bairro, nunca mais se soube delas.
Finalmente, no terceiro andar moravam as pessoas mais idosas, a  D. Emília e o Sr. Maximino que eram naturais duma aldeia próxima da dos meus pais.  Entre as duas famílias existiu sempre uma grande cumplicidade e, como não tinham filhos,  a D. Emília  "adoptou-me". Passava muitas tardes em minha casa,  conversava com a minha mãe, fazia renda e  recordava os seus tempos de aldeia. Fazia-me as vontades todas e cheguei a ficar em sua casa, em alturas que os meus pais tinham que se deslocar à aldeia e eu não podia faltar às aulas. Após a reforma do Sr. Maximino, regressaram à aldeia natal, onde passaram o resto dos seus dias.
E, de recordação em recordação, a tarde foi passando e as imagens permaneceram no meu pensamento o resto do dia.


Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Semana de Natal

Um pouco por todo o mundo cristão, esta semana vamos preparar a festa maior do calendário litúrgico do ano.
A minha aldeia não é excepção e os preparativos começaram  por arranjar lenha para a fogueira de Natal.
As fotos que a Ana Teresa me fez chegar, dizem respeito a essa actividade.

É sempre um trabalho moroso, mas encarado pelos intervenientes com boa disposição e espírito natalício.
Agora está tudo a postos para se dar início à tradicional fogueira de Natal.



Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Almoço de Natal em Fernão Ferro

Uma vez mais, realizou-se  o almoço de Natal dos Cursos de Bordados e Arraiolos do Pólo Cultural da Junta de Freguesia de Fernão Ferro. 
Como de costume, contámos com a presença do Sr. Carlos Pereira, Presidente da Junta de freguesia,  e da Dra Maria João Rúbio Lopez da Revista ArteIdeias.
Foi mais uma refeição bastante animada, em que o calor humano que se sentia no restaurante contrastava com o frio intenso que fazia no exterior.
A comida estava óptima e no final do convívio houve entrega de prendas.
Tirei muitas fotografias mas salvaram-se poucas e de fraca qualidade. 
Ei-las: 



FF2010 (12A)
- O Sr. presidente da Junta exibe o seu presente -


FF2010 (16)
- A monitora do curso de Bordados,  Isabel Russo -


FF2010 (17A)
- E a monitora do Curso de Arraiolos, Hermínia Vidigal -




FF2010 (14)

- A Dra Maria João, da ArteIdeias -


 
Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Ou Isto ou Aquilo

Não sei para que lado me hei-de virar. Sem tempo para mais, no post de hoje deixo a poesia de Cecília Meireles, num poema para aligeirar o stress dos últimos tempos.


Ou Isto Ou Aquilo

Ou se tem chuva e não se tem sol,
ou se tem sol e não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!


Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo nos dois lugares!


Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...
e vivo escolhendo o dia inteiro!


Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranquilo.
Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.


(Cecília Meireles)




Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Estórias da Serra: O Tonito



Tonito era o mais novo dos irmãos que já tinham partido para Lisboa,  em busca de melhor sorte. Ele  era agora a  única ajuda da mãe nos trabalhos do campo. 
A mãe já o chamara havia algum tempo, mas ele  aninhara-se   uns  minutos mais e adormecera. Quando acordou, deu um salto da cama e correu para a cozinha onde, meio estremunhado, engoliu uma uma malga de café com broa.  
Saiu para a rua.  Ainda era de alpardo. Correu para a loja, pôs a saca pela cabeça,  a corda e o podão ao ombro e saiu apressado. Já não ia conseguir apanhar a mãe que seguia célere vereda acima e, àquela hora, já deveria estar a chegar à beirada onde iria roçar o mato, que depois carregariam para os currais das cabras e  ovelhas. 
Estava vento suão que, de tão  forte, lhe levava a boina e lhe punha à mostra  os bonitos cabelos ruivos.
Com a pressa, nem olhava para o caminho. Aqui e além  dava uma topada. Um chorrilho de pragas saía-lhe da boca,  devido à dor que sentia, mas lá  prosseguia o seu caminho.
Quando avistou a mãe, notou que ela já tinha várias paveias de mato roçado. Aguardando um valente responso, deu a salvação à  mãe que, olhando  para ele, o saudou com um meigo sorriso condescendente.
Nasceu-lhe uma alma nova e as forças redobraram perante aquele terno olhar. Atirou o podão para o chão, esticou a corda num poiso e rapidamente ugou o seu  molho. A mãe disse-lhe então para ir andando e, que enquanto ela não chegasse, fosse ordenhando as cabras e as ovelhas.
Ele obedeceu prontamente e desceu a ladeira num ápice. Chegando ao curral, espalhou o seu mato e ordenhou os animais para a leiteira como a mãe lhe ordenara. Pôs a tranca no curral e sentou-se numa peneda. A mãe, vergada pelo peso dum enorme molho, vinha a chegar.
Enquanto ela espalhava parte do mato que transportara no outro curral, ele permaneceu ali sentado olhar fixamente  o horizonte, imaginando o que estaria para lá dos montes, que tanto aliciava os seus amigos a partir em busca doutro modo de vida.
Um dia, chegaria  a sua vez de descobrir o Mundo...



Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Árvore de Natal Ecológica



- A árvore de Natal em Pomares -
(Foto: Dina Alves)

Esta é uma outra forma de ver o Natal, um Natal ecológico.
Em Pomares, um grupo de habitantes com a colaboração da Junta de Freguesia, construíram uma árvore de Natal diferente. É constituída  por cerca de duas mil garrafas de água de 33 cl vazias e mede 7 metros de altura. Encontra-se já  iluminada, junto à Igreja Matriz e, hoje, o dia em que se comemora  Santa Luzia, padroeira da freguesia houve festa em Pomares. Por certo, esta árvore foi alvo do interesse de todos quantos ali se deslocaram para tomar parte nas festividades.
Os meus parabéns aos pomarenses que se esmeraram. Para além de economizarem, não destruíram  os pinheiros  e construíram  a sua árvore de Natal reutilizando material de uma forma positiva.



Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Açor

Na serra do Açor, ainda não me foi possível conhecer todas as  localidades que por ali se encontram espalhadas. No entanto, a minha curiosidade leva-me a fazer   frequentes e longos percursos  na internet, onde  tenho descoberto algumas que me deixaram    uma grande vontade de, numa próxima ocasião, as visitar  no terreno.
Enquanto o não faço, sirvo-me desta ferramenta milagrosa que nos permite no conforto da nossa casa percorrer longos caminhos, visitar lugares maravilhosos, descobrir uma região, o país, o mundo...
Hoje lembrei-me duma aldeia perto da qual já passei e que tem ela própria o nome da serra: Açor.

(Imagem da Internet)

Açor é uma pequena povoação da freguesia do Colmeal, concelho de Góis e situa-se junto à  Ribeira de Ádela. Tem como padroeira Nossa Senhora da Saúde.
Como a grande maioria das aldeias desta serra, também é vítima da desertificação e   os seus poucos habitantes dedicam-se  à agricultura e criação de gado, tendo usos e costumes  muito semelhantes aos das outras povoações serranas.
É certamente uma aldeia que merece uma visita.

Para melhor a conhecer,  visitem:


Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Contagem Decrescente para o Natal

Estamos em contagem decrescente para uma das épocas mais bonitas do ano. Tempo de Natal, tempo de amor, tempo de solidariedade, tempo de  magia...
Todos os dias do ano deveriam ser de família, de amigos de desfavorecidos mas, nesta altura, as lembranças  ficam mais presentes. Juntamos os que estão entre nós e partilhamos o encantamento e a magia que envolvem a quadra. Desejamos o melhor para todos, oferecemos lembranças e confraternizamos, tendo como auge a noite da Consoada. Mas, os que partiram estão também presentes nas nossas recordações. Lembramo-nos e revivemos  com saudade os doces momentos passados  na companhia dos ausentes e uma melancólica  emoção toma conta de nós.
Angustia-me bastante o facto de   muitas pessoas resumirem  esta festa apenas a um consumismo desenfreado, gastando grandes quantias em objectos supérfluos em detrimento do verdadeiro espírito de, em que os valores como a fraternidade e a solidariedade deviam ter o papel principal. 


Espero que os meus amigos e leitores passem um Natal com muita saúde, paz, amor e não se esqueçam daqueles que vivem com mais dificuldade, fazendo votos para que   o   espírito de Natal perdure por todos os dias de suas vidas.

Obrigada pela sua visita. Volte sempre.



quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Óleo Sobre Tela

Esta semana, o trabalho que terminei foi este díptico.

É mais uma pintura feita com tinta de óleo. Esta tinta demora bastante a secar mas, como já estava começado há algum tempo,  ainda ficou pronto a tempo de fazer parte das minhas prendas de Natal.
Neste momento, já está embrulhado debaixo da minha árvore de Natal aguardando a noite da Consoada para ser entregue à sua destinatária.




Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Vendaval

(Imagem da Net)

Este final de Outono tem sido bastante rigoroso. Frio,  vento, neve  e chuva convidam a permanecer no aconchego do lar. Talvez a ler Fernando Pessoa...

VENDAVAL
Ó vento do norte, tão fundo e tão frio,
Não achas, soprando por tanta solidão,
Deserto, penhasco, coval mais vazio
Que o meu coração!

Indômita praia, que a raiva do oceano
Faz louco lugar, caverna sem fim,
Não são tão deixados do alegre e do humano
Como a alma que há em mim!

Mas dura planície, praia atra em fereza,
Só têm a tristeza que a gente lhes vê
E nisto que em mim é vácuo e tristeza
É o visto o que vê.

Ah, mágoa de ter consciência da vida!
Tu, vento do norte, teimoso, iracundo,
Que rasgas os robles - teu pulso divida
Minh'alma do mundo!

Ah, se, como levas as folhas e a areia,
A alma que tenho pudesses levar -
Fosse pr'onde fosse, pra longe da ideia
De eu ter que pensar!

Abismo da noite, da chuva, do vento,
Mar torvo do caos que parece volver -
Porque é que não entras no meu pensamento
Para ele morrer?

Horror de ser sempre com vida a consciência!
Horror de sentir a alma sempre a pensar!
Arranca-me, é vento; do chão da existência,
De ser um lugar!
E, pela alta noite que fazes mais'scura,
Pelo caos furioso que crias no mundo,
Dissolve em areia esta minha amargura,
Meu tédio profundo.
E contra as vidraças dos que há que têm lares,
Telhados daqueles que têm razão,
Atira, já pária desfeito dos ares,
O meu coração!

Meu coração triste, meu coração ermo,
Tornado a substância dispersa e negada
Do vento sem forma, da noite sem termo,
Do abismo e do nada!


Fernando Pessoa, 16-2-1920.


Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Agenda Do G. D. C. Soito da Ruiva




Durante a época das festas natalícias, o Grupo de Danças e Cantares do Soito da Ruiva vai participar activamente, em alguns eventos promovidos pela Câmara Municipal de Almada. Muitos dos naturais de Soito da Ruiva fixaram residência no concelho de Almada e, o seu grupo colabora frequentemente com aquela autarquia da região da grande Lisboa, em actividades culturais. Desta feita, vão participar  nos eventos “Do Natal aos Reis em Coro” e “Vamos cantar as Janeiras”, para os quais apelam à comparência de  todos os conterrâneos e amigos que os possam acompanhar.
A agenda da participação deste grupo é a seguinte:

. 11 Dezembro
20h00 – Mercado da Terra – Praça São João Baptista – Almada

. 18 Dezembro
16h00 – Solar dos Zagallos – Sobreda – “Do Natal aos Reis em Coro”

. 19 Dezembro
16h00 – Convento dos Capuchos – Caparica – “Do Natal aos Reis em Coro”

. 26 Dezembro
- Horário / local a confirmar – hora de almoço – Cantar as Janeiras nos Restaurantes da Cova da Piedade.

. 08 Janeiro
21h00 – Solar dos Zagallos – Sobreda – “ Cantar as Janeiras”

Acedendo ao link em baixo, podem consultar o programa completo do evento.


É de realçar que, o nosso apoio é o incentivo necessário para que este grupo  continue a desenvolver o trabalho meritório de  divulgar e tentar manter bem vivas as tradições da nossa região.
Não faltem. Eles merecem todo o nosso apoio.



Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Arco-Íris

Acordou com o ruído do vento que fustigava os estores do quarto. Pelas frestas, apercebeu-se que tinha pela frente mais um dia cinzento e chuvoso. Dolente, espreguiçou-se e logo sentiu um frio gelado que a fez enroscar-se, de novo, nos cobertores macios e quentes. Ali ficou algum tempo acordada, até que a voz da mãe anunciando-lhe  que o café estava pronto, a despertou.
A custo levantou-se, dirigiu-se para a  janela e subiu os estores.
Chovia. Uma chuva forte, tocada a vento batia nas vidraças da janela.
De novo, a voz  da mãe dizendo-lhe que o café estava a arrefecer, tirou-a daquela moleza. Olhou para a cama e, num primeiro impulso, sentiu vontade de se deitar novamente. Tinha pela frente mais um dia invernoso apesar de  o Inverno ainda não ter chegado. Nesta época, os dias custavam a passar na sua pequena aldeia. Esperava-a um dia vagueando pela casa, sem nada para fazer, com um frio de rachar que a impediam de se afastar da lareira.
Desceu as escadas e encaminhou-se para a cozinha. À medida que se aproximava, um agradável odor a café encheu-lhe os sentidos. Na  lareira o lume crepitava. Sentou-se num banquinho, ajeitou as cavacas que ardiam rapidamente, ateadas pelo vento que descia pela chaminé e sorveu alguns golos de café quentinho acompanhados por uma fatia de broa barrada com manteiga. Sentiu-se aconchegada.
Olhou para fora, através da janela da cozinha e  apercebeu-se que a chuva parara. No céu, o arco-íris apareceu trazendo consigo prenúncio de bonança.

Serra do Açor



Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Neve na Serra

Os dias têm estado muito frios e chuvosos. O frio inundou a serra do Açor sem compaixão e vestiu-a com um imenso manto branco. No Sobral Magro, cairam alguns flocos que derreteram de imediato mas, olhando para a serra o espectáculo é fabuloso.
Cá por baixo, o frio e a chuva convidam a uma permanência de volta da fogueira.

Serra do Açor

- Ao longe, a neve cobre a  serra -

No entanto, a Ana Teresa aventurou-se e foi até à serra, onde captou os instantâneos fotográficos que nos mostram algumas imagens que hoje figuram no post.

Serra do Açor
  
- A neve cobre as estradas nos Penedos Altos -

 
Serra do Açor
 
- Do outro lado dos Penedos Altos, o Piódão -


Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Padre Aurélio e Padre Antonino



Foi em Novembro de 1960, que o "Notícias de Pomares" trouxe a notícia da partida para outra paróquia do  padre Aurélio de Campos,  fundador do referido jornal, que durante quatro anos, exercera a função de  Pároco da freguesia de Pomares.
Em Dezembro. a notícia referia-se à sua substituição pelo padre Antonino Barata dos Reis, na mensagem de saudação que se segue:


Conheci bem estes dois padres. Do padre Aurélio ficaram as lembranças de criança. Dele recordo o ar meigo e sorridente com que brindava as crianças. Todos os Domingos, perto da hora da Missa, eu ia com as outras crianças da aldeia esperar o Sr. Prior à entrada da povoação. Então, víamo-lo aparecer, montado numa mula, da qual saltava assim que nos avistava. Depois, distribuía "santinhos" por todas nós, que o seguíamos alegremente até à Capela.
Do segundo, tenho igualmente boas recordações. Mais crescida acompanhei mais de perto este padre quando estava na aldeia. Muitas vezes almoçava em minha casa pois era companheiro de caça de meu pai e era visita  na casa de Lisboa, sempre que se deslocava à capital.
Era igualmente muito amigo das crianças que presenteava também com os santinhos de que tanto gostávamos e guardávamos religiosamente. Era um padre bastante avançado para a época. A ele se deve a aquisição duma aparelhagem sonora, que durante anos abrilhantou as festas das aldeias da freguesia.

   (Imagem da net)

Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O Natal Está À Porta

O frio chegou e veio para ficar. Já há alguns dias que os portugueses tiritam de frio. A neve chegou mais cedo e, a serra do Açor  apresenta um manto branco nos seus pontos mais elevados.
O Natal aproxima-se a passos largos e o final do ano está próximo. As ruas estão  iluminadas e decoradas com enfeites natalícios. Nos centros comerciais, igualmente engalanados para as festas, a azáfama é grande. As pessoas abalroam-se umas às outras, numa febre de consumismo, indiferentes à crise. Carregadas de embrulhos espreitam as montras,  na ânsia de descobrirem um último presente. As crianças brincam ruidosamente nos espaços lúdicos, enquanto aguardam os familiares perdidos nas compras.
Este ano estou muito atrasada e a vontade de sair para as compras não é nenhuma. Desta vez, acho que me vou portar como qualquer bom português e deixar as compras para a última hora.
Cá em casa  já fiz a decoração de Natal, aproveitando o tempo de convalescença. A árvore de Natal e o presépio estão prontos no hall dando as boas-vindas a quem me visita. Ontem já fizeram as delícias de Leonor, que não saía do pé deles. Umas vezes mudava as ovelhinhas, com muito cuidado para não as partir, outras sentava-se  a olhar para as figuras e  outras simplesmente fazendo comentários acerca dos presentes que gostaria de receber pelo Natal. Está muito entusiasmada, pois o ano passado a Consoada foi bastante divertida.

Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Barroja


Barroja

No dia 1 de Dezembro de 1965, um grupo de barrojenses   fundaram a Liga dos Amigos da Barroja seguindo a ideia de  Fernando Castanheira Florêncio, António Florêncio e Amadeu dos Santos.
Foi, a partir de então, que esta simpática povoação da freguesia de Pomares iniciou o seu caminho rumo ao progresso.
" Todos os barrojenses rejubilaram ao verem formada a liga que passaria a pugnar pelo progresso da terra e realizou-se então na Barroja uma extraordinária festa a coincidir com a de S. Brás, padroeiro da terra, festa essa que decorreu num ambiente de óptima confraternização e enorme entusiasmo."
In Sociedade de Melhoramentos da Freguesia de Pomares - Comemorações do I Cinquentenário


Aos habitantes e naturais desta bonita povoação e em especial aos actuais dirigentes da Liga, endereço os meus Parabéns fazendo votos para que continuem com sucesso a lutar para melhorar as condições de vida na sua aldeia.



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terça-feira, 30 de novembro de 2010

Toalha Bordada

Bordei esta toalha  de linho já há algum tempo. Em vez duma bainha normal, adaptei-lhe uma barra de linho verde.

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O bordado foi executado em ponto de grilhoa, com linha Perlé Âncora Nº 8, em vários tons de verde e castanho dourado.

 
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