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domingo, 28 de fevereiro de 2010

Selo e desafio

Ninguém ignora tudo, ninguém sabe tudo. Por isso, aprendemos sempre.
( Paulo Freire )


Hoje pensei oferecer um selinho, feito por mim, às minhas amigas que tanto me mimam,  com os vários prémios que me têm  oferecido.
Escolhi uma foto do meu jardim com umas flores que se chamam alegria da casa.
Assim, quem quiser pode levar para o seu cantinho.



Agora,  vou  dar andamento a um desafio que me foi   lançado pela amiga   Elisabete  do blog Cantinho da Elisabete e  a quem agradeço muito, o facto de me ter escolhido.


1 - Escrever 10 coisas que me deixam feliz;
2 - Escolher 10 amigas para passar o selinho.

Vamos lá então:

1 - 10 coisas me deixam feliz:

- a minha família;
-  assistir ao crescimento da minha neta;
- a minha aldeia;
- as crianças;
- as amigas;
- ajudar os outros;
- o artesanato;
- os meus animais;
- viajar;
- jardinagem;...


2 - Agora a escolha das dez amigas:

Já por várias vezes aqui escrevi que tenho alguma dificuldade nestes casos. Por essa razão, passo este desafio, a todos aqueles que queiram dar-lhe seguimento.





Obrigada pela sua visita. Volte sempre.




sábado, 27 de fevereiro de 2010

Bola de Carne

Os melhores petiscos são aqueles que não podem ser comprados - por muito dinheiro ou amor que se tenha - mas somente adquiridos por ter nascido e vivido num determinado lugar; por ser filho, sobrinho ou compadre de determinadas pessoas.
( Miguel Esteves Cardoso )





Da gastronomia da serra do Açor, o milho tinha uma importância fundamental, pois era o cereal que melhor se dava nas suas vertentes. Com ele fazia - se o pão que se consumia na região, a broa.
Nos dias em que se cozia ( fazia a broa) era também normal separar-se um pouco de massa à qual se adicionavam alguns enchidos e carnes do porco que se criava  em casa e fazer-se a saborosa bola de carne.

- Tender a massa -

Eis a receita:

Ingredientes

Massa de broa de milho
Chouriço de carne
Chouriço de sangue
Carne de porco entremeada
Azeite
Cebola
Sal


Num alguidar colocam-se   os enchidos cortados às rodelas, a entremeada cortada em pedaços pequenos, a cebola picada, um pouquinho de azeite e sal. Mistura-se  tudo.
Junta-se depois a quantidade de massa que se pretende.
Tende-se e coloca-se no  forno de lenha. Espalma-se com a ajuda da pá do forno.


- Espalmar a bola com a pá do forno -

Fecha-se a porta do forno e deixa-se cozer.
Quando estiver cozida, retira-se e está pronta a ser consumida.
Bom Apetite!



- Broas e bolas no imterior do forno -


Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Pôr do Sol na Minha Aldeia

O dia é uma medida divina do tempo. Os homens puderam inventar calendários e contar de modo diferente a divisão dos meses, mas jamais tocaram no dia. O dia continua a ser o dia: é sagrado.
(Georges Chevrot)




O pôr do sol é uma das partes do dia  que eu considero mais fantásticas.  O Sol descendo no horizonte e  desaparecendo por de trás da montanha   mostra a natureza no seu esplendor , num espectáculo de   cores de beleza única que me fascina.

                       

É ao final do dia  que gosto de me sentar na varanda da minha casa na aldeia e me despeço de mais um dia apreciando a magia do crepúsculo, sentindo uma  enorme tranquilidade e paz interior.
É nesses momentos que penso que não há pôr-do-sol mais bonito do que o da minha aldeia...

                         



Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

Currais

Deus fez o campo, e o homem fez a cidade.
(William Cowper)
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Nestes últimos dias, em que tenho estado mais resguardada, tentei dar uma arrumadela nas minhas fotos. O computador estava bastante lento e aproveitei  para as organizar em  pastas.  Algumas são minhas, outras são de amigos que fazem o favor de me enviar, para ilustrar as minhas postagens.
As fotos que se seguem são da autoria dum desses amigos que se assina como Xosé e mostram-nos dois currais, localizados no Espinho.
O curral  é o nome que se dá na serra do Açor a uma pequena construção onde se guardam os animais.
- Um curral de porcos -



- Um curral de cabras -

Por vezes  o piso térreo da casa de habitação ou de uma palheira serviam também para esse efeito.
Na minha aldeia  já  existem poucos, pois  são poucas as famílias que criam os seus animais. Para além disso, muitos currais  arderam na altura dos incêndios e nunca mais foram edificados.



Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Borboleta

Desfruta de verdadeiro lazer quem tem tempo para melhorar o estado de sua alma.
 (Henry David Thoreau)



Esta é  uma borboleta que pode ser feita utilizando lã ou linha.


É engraçada para dar um acabamento a uma peça de vestuário ou de decoração. A minha foi feita com linha nº 12 e apliquei-a num gancho para a Leonor.



Para quem apreciar este tipo de trabalho, deixo  o link dum video que encontrei na internet, onde se explica sucintamente o modo  de execução.
http://www.aprendendocroche.com/display3.asp?func=display&resid=724&tree=21



Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Histórias da Serra IV

Toda a ambição é legítima, salvo as que se erguem sobre as misérias e as crendices da humanidade.
( Joseph Conrad )

Depois de subir e descer algumas das  vertentes íngremes da sua serra, conseguiu avistar um casario rodeado por  montes de terra escura. Os homens que o acompanhavam disseram-lhe que eram ali as minas da Panasqueira. Finalmente, aquilo por que tanto ansiara estava à sua frente.
Chegado ao local, o conterrâneo que trabalhava há mais tempo na mina conduziu-o ao escritório, onde a primeira impressão não foi muito positiva.  Um homem  entroncado, cabelo escuro, farto bigode e cara pouco afável  recebeu-os e, depois de o mirar da cabeça aos pés, com um ar depreciador, perguntou:
- O que é isto? Trazes para aqui um miúdo? Para quê?
- Ele quer trabalhar para ganhar dinheiro. - Respondeu o conterrâneo.
- Ai sim! Eu trato já dele. Que é que sabes fazer, rapaz?
Muito senhor do seu papel respondeu:
- Saiba vocemecê, que eu sei trabalhar na fazenda, guardar  as chibitas e ajudo a minha mãe a cuidar dos meus irmãos. Também vou ao mato  e à lenha. Tenho muita força...
- Ó rapaz, vai mas é para a escola! - Disse-lhe o homem com ar reprovador.
- Eu já lá andei. E olhe, só não fiz a quarta classe porque quando fizeram a escola, eu era dos mais velhos e assim que aprendi alguma coisa, mandaram-me embora para entrarem outros.
- Eh lá! Anda aqui fazer umas contas e escrever umas coisas. - Respondeu o homem com cara  sisuda.
Rapidamente e com grande convicção,  fez as contas, escreveu aquilo que lhe ditaram
e entregou o papel. Viu então aquela  cara carrancuda   mudar de feição. Enquanto disfarçava um ligeiro sorriso e lhe passava a mão pela cabeça, disse-lhe:
- Estás com sorte miúdo. Há aqui uma vaga para apontador. É  muita responsabilidade para a tua idade, mas o pessoal que temos para aí não sabe ler nem escrever...
O conterrâneo  apressou-se a ir  em seu auxílio, dizendo  que ele era um miúdo  educado, responsável,  muito fino e que, de certeza,   não se ia deixar enganar.
Ao sair do escritório nem podia acreditar na sua sorte. De manhã, ia distribuir as ferramentas pelos mineiros e anotar aquilo que cada um levava  para,  ao fim do dia, as receber de novo.
À noite, deitado num duro divã, sentiu a falta dos carinhos da mãe, mas logo foi vencido pelo sono e sonhou. Sonhou com uma povoação muito grande, com muitas casas e  muitas pessoas e todas elas  lhe  davam o nome de Lisboa...


Este texto faz parte duma  história de vida  que iniciei  aqui  e continuei  aqui .

 
Obrigada pela sua visita. Volte sempre.




domingo, 21 de fevereiro de 2010

Num Final de Domingo Chuvoso, a Poesia de Fernando Pessoa

Um poeta é sempre irmão do vento e da água: deixa seu ritmo por onde passa.
( Cecilia Meireles)
Mais um dia de chuva e vento intensos,  bom para passar o dia  no aconchego do lar. Aproveitei o Domingo para descansar, enroscada no conforto do sofá, na companhia de um bom livro. E que tal a poesia de Fernando Pessoa?


Chove ? Nenhuma Chuva Cai...





Chove? Nenhuma chuva cai...
Então onde é que eu sinto um dia
Em que ruído da chuva atrai
A minha inútil agonia ?



Onde é que chove, que eu o ouço?
Onde é que é triste, ó claro céu?
Eu quero sorrir-te, e não posso,
Ó céu azul, chamar-te meu...



E o escuro ruído da chuva
É constante em meu pensamento.
Meu ser é a invisível curva
Traçada pelo som do vento...



E eis que ante o sol e o azul do dia,
Como se a hora me estorvasse,
Eu sofro... E a luz e a sua alegria
Cai aos meus pés como um disfarce.



Ah, na minha alma sempre chove.
Há sempre escuro dentro de mim.
Se escuro, alguém dentro de mim ouve
A chuva, como a voz de um fim...



Os céus da tua face, e os derradeiros
Tons do poente segredam nas arcadas...



No claustro sequestrando a lucidez
Um espasmo apagado em ódio à ânsia
Põe dias de ilhas vistas do convés



No meu cansaço perdido entre os gelos,
E a cor do outono é um funeral de apelos
Pela estrada da minha dissonância...



Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"



Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Catástrofe na Madeira

A verdadeira medida de um homem não é como ele se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas como ele se mantém em tempos de controvérsia e desafio.

(Martin Luther King)





Tenho acompanhado, ao longo do dia, o drama que está a viver a população da ilha da Madeira.
O clima, de vez em quando, prega-nos partidas e, este ano  tem sido fértil em inundações, enxurradas que  o mau tempo  tem provocado, um pouco por todo o mundo.
A ilha que é apelidada de A Pérola do Atlântico, em pouco tempo viu-se coberta de água, lama e destruição.
Desabamentos de terras cortaram estradas, destruíram pontes e casas e  provocaram o isolamento de algumas povoações.  Muitos madeirenses viram os seus haveres irem junto com a enxurrada e já há mais de 30 mortos, não se conhecendo, ao certo, o número de desaparecidos. O Curral das Freiras está incontactável e ninguém sabe o que por lá se passa.
Apesar do acidentado do terreno, nunca esta  ilha fora alvo dum desastre de tamanhas proporções. O grau de destruição é enorme e, mais uma vez, a solidariedade vai ser posta à prova.
Não há palavras para descrever os efeitos duma tempestade assim,
mas as fotos de hoje, não são da calamidade que se abateu sobre a Madeira, pois, muitas circularam ao longo do dia, na internet. Deixo sim, imagens de dias muito agradáveis e felizes que vivi naquela ilha há anos atrás.


- O acidentado do terreno é bem visível -


- Câmara de Lobos -

- Ribeira Brava -


- O Curral das Freiras -



- Vista a partir do Cabo Girão -



- Funchal: A avenida
onde as águas das enxurradas desaguaram -


Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Estou de Molho

Doente que espirra não morre no dia.
(Provérbio português) 

Estou de molho.
Eu já andava admirada de ainda não ter apanhado uma daquelas gripes que vulgarmente me atacam, mas  agora, estou para aqui com uma daquelas constipaçõezitas, que nem se podem considerar doença, mas que me entorpece e me tira a vontade de fazer o que quer que seja.
A cabeça dói, os olhos choram, o nariz pinga, a garganta arranha e uma tosse da cão começa a incomodar.
Estou farta de chá de limão e de comprimidos que me dão uma sonolência que me incomoda. Não tenho pachorra para fazer nada, nem as coisas de que gosto. Passo o dia do sofá da sala para o do escritório com a manta atrás de mim. De vez em quando, venho ao computador saber dos amigos, mas logo me farto e vou-me embora outra vez para o sofá.

Ainda por cima o computador também deve estar doente e emperra constantemente. Assim,


Amanhã, talvez venha.


Obrigada pela sua visita. Volte sempre.






terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

A Cinderela dos Anos 50, da Serra do Açor

Não se sabe bem seja o que for senão muito tempo depois de ter aprendido.
(Autor desconhecido)



Cresci a ouvir falar, na  aldeia da minha mãe, de uma determinada maneira   que  caiu já em desuso. A propósito do último post, lembrei-me de contar a mesma história com essa linguagem própria daquela região da serra do Açor.



Era uma vez uma rapariga que morava com a madrasta e as irmãs, que eram ruins como as cobras. Chamavam-lhe Gata Borralheira e ela passava o tempo a bulir e nem conseguia enxergar nada do que se passava na terra. As irmãs eram umas malangonas e estavam sempre atidas a ela. Só pensavam em mercar roupa para  arranjarem um conversado.
Chegou a romagem de Nª Sª das Preces. A  rapariga tinha botado na barrela  o único vestido que tinha  p'ra morde também ir à festa, mas ele era tão velho que, quando o pôs a corar, esgaçou-se. Então, aventou com ele para a estrumada da palheira.
Ainda era de alpardo, a madrasta e as irmãs, muito bem arreadas, lá foram vereda arriba com a bucha para a merenda à cabeça, enquanto ela ficou em casa  a chorar. Por via das dúvidas, ergueu-se da cama e, quando estava a varrer a borralha da pilheira, apareceu a ti Maria que lhe trazia um vestido e uns sapatos que a filha tinha trazido de Lisboa. A rapariga vestiu-se num nadita e pôs os pés ao caminho, enquanto a tia Maria lhe dizia para voltar antes da madrasta e das irmãs, se não quitava-lhe a roupa. Quando assomou ao oiteiro do Vale de Maceira, ia muito enfadada, mas como viu  tanta gente que até empeçavam uns nos outros,  agachou-se  e bebeu um coisito de água numa poça.  
Foi logo a seguir para o bailarico, onde conheceu   um rapaz muito asadinho, com quem  andou sempre a bailar. Era já muito de noite, quando ela se lembrou que tinha que sumir dali para fora, quando não chegava depois da madrasta e das irmãs.
Deu tantas topadas pelo caminho, que perdeu um sapato e ficou com os pés todos consumidos.
O rapaz foi atrás dela e encontrou o sapato. Durante a noite não teve parança e, assim que luziu o buraco, correu a serra toda à procura da dona do sapato.
Em casa da rapariga, as irmãs inquietaram-se tanto para calçar o sapato que os pés empolaram todos. Muito arrenegadas foram chamar a irmã que enfiou logo o pé no sapato, deixando-as esbugalhadas de inveja.


Espero que todos tenham entendido a história.


Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

A Cinderela (Em Gíria)

Escuto e esqueço; vejo e recordo; faço e entendo.
(Tao Te King)



Recebi ontem um e-mail que me têm enviado frequentemente. É a história da Cinderela narrada na gíria  utilizada por alguns dos actuais adolescentes e que, muitas vezes, me deixam  sem entender algumas das palavras que dizem.



" Há bué da time, havia uma garina cujo cota já tinha esticado o pernil e que vivia com a chunga da madrasta e as melgas das filhas dela.
A Cinderela (Cindy p'ós amigos), parecia que vivia na prisa, sem tempo para sequer enviar uns mails. Com este desatino todo, só lhe apetecia dar de frosques, porque a madrasta fazia-lhe bué da cenas. É então que a Cindy fica a saber da alta desbunda que ia acontecer: Uma rave!!! A gaja curtiu tótil a ideia, mas as outras chavalas cortaram-lhe as bases. Ela ficou completamente passadunte, mas depois de andar à toa durante um coche, apareceu-lhe uma fada baril que lhe abichou uma farda baita bacana, ela ficou a parecer uma g'anda febra. Só que ela só se podia afiambrar da cena até ao bater das 12. Tás a ver, meu? A tipa mordeu o esquema e foi para a borga sempre a bombar. Ao entrar na party topou um mano cheio da papel, que era bom como milho e que também a galou logo ali. Aí a Cindy, passou-se dos carretos, desbundaram "ól naite long", até que ao ouvir as 12, ela teve de se axandrar e bazou. O mitra ficou completamente abardinado quando ela deu de frosques e foi atrás dela, mas só encontrou pelo caminho o chanato da dama. No dia seguinte, com uma alta fezada, meteu-se nos calcantes e foi à procura de um chispe que entrasse no chanato. Como era um ganda cromo, teve uma vaca descomunal e encontrou a maluca, para grande desatino das outras fatelas que ficaram a anhar."



Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Dia dos Namorados

A maior felicidade é a certeza de sermos amados apesar de ser como somos.
(Vitor Hugo)


Corações
Em Portugal comemora-se hoje o Dia dos Namorados.

E para comemorar a poesia de Fernando Pessoa:
O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.


Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer


Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pra saber que a estão a amar!


Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!


Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...


Para todos os visitantes, desejo um dia muito feliz e apaixonado.



Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Imigração

Há homens que lutam um dia e são bons, há outrtos que lutam um ano e são melhores, há os que lutam muitos anos e são muito bons, mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis.
(Bertold Brecht)

Ao longo dos tempos, muitos portugueses emigraram em busca de uma vida melhor, mas a partir de certa altutra, começou a registar-se  também um movimento inverso.  Somos, agora, um país de imigração.
Existem há muito em Portugal,  pessoas oriundas das antigas colónias portuguesas em África, que sempre fizeram parte dos residentes no país mas, que aumentaram muito na altura da descolonização. Com eles trouxeram o seu modo de falar e a sua cultura.  
Outro país que também nos tem influenciado bastante é o Brasil. Desde que as telenovelas começaram a entrar pela nossa casa dentro, fomos imediatamente contagiados com a sua maneira muito própria de falar e de estar na vida. Mais tarde, também deste país começaram a afluir bastantes imigrantes que aqui se fixaram. O meu cabeleireiro e a minha manicure são dois  brasileiros que visito assiduamente e de quem gosto bastante. Com eles o tempo passa depressa porque,  ao invés de terem conversas sobre a vida das clientes ou de pessoas do jet set que vêm nas revistas cor de rosa, falam de assuntos relacionados  com o seu país. Os seus usos e costumes, os  familiares e as belezas da sua terra são os temas de  conversa mais  frequentes. Umas vezes falam sobre as saudades, outras sobre a  vida dura que tiveram, outras comparam-na  com a que têm actualmente.
Também é frequente entrar numa loja e ser atendida por alguém com um português bastante deficiente, dando-nos a perceber que são originários dum qualquer país estrangeiro. Há alguns anos, Portugal começou a ser o país de eleição para muitos naturais dos países europeus do Leste. A dona do supermercado, onde me abasteço diariamente, é romena. Em minha casa ouço frequentemente vários dialetos diferentes. Há várias casas em construção junto à minha e lá trabalham   russos, moldavos, sérvios, ucranianos,...Isto já para não falar da grande quantidade  de lojas  de chineses.

(Imagem da Net)

Aos poucos, o nosso país ganhou uma diversidade cultural que teve um grande impacto na vida dos portugueses. Cabe-nos ajudá-los na sua integração, para que  se ultrapassem alguns problemas que alguns imigrantes enfrentam e para que não lhes aconteça o mesmo que aconteceu a alguns portugueses que, há muitos anos atrás, também deixaram o seu país.

Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

A Leonor e o Carnaval

Nos olhos do jovem arde a chama. Nos do velho brilha a luz.
(Victor Hugo)


Após o lindo dia que fez ontem, hoje acordámos de novo com chuva e um frio de gelar os ossos.
Como é que podemos passar sem apanhar uma gripe? Com estas mudanças bruscas de temperatura não há vitaminas nem vacinas que nos defendam. 
Logo hoje que tinha que ir buscar a Leonor ao infantário e que a queria mascarar...
Mas para uma avó, não há frio nem chuva que a detenham e, logo após as compras diárias, lá fui comprar a fantasia para a Leonor. Tinha que ser princesa, pois são os filmes das princesas que lhe enchem os sonhos. São os vestidos airosos, com muitas cores e brilhos que mais lhe agradam. Eu costumo dizer, que a minha neta está a atravessar a fase pirosa. Mas se é assim que ela gosta e se sente feliz, que fazer?
Depois de algumas voltas por várias lojas , consegui arranjar um vestido que era a medida ideal para suportar uma camisola por baixo de forma a que não sentisse frio. Em tons de rosa e branco com enfeites dourados, era mesmo a "cara dela"...
Logo que me despachei, fui ntão buscá-la ao infantário. Tinham tido festinha de Carnaval e estava muito feliz. Trazia uma máscara de cartolina que a educadora tinha feito.


Quando chegámos a casa e deparou com o vestido, um largo sorriso iluminou-lhe o rosto. Entre abraços e  festinhas  vesti-a. Depois foi vê-la em frente ao espelho. Virava dum lado e virava do outro; ria e fazia caretas; saltava e dançava; abraçava-me e beijava-me e abraçava-me e beijava-me  com uma ternura e alegria que esta avó ficou completamente derretida.



Agora que o cansaço a venceu, e já dorme, tem o vestido a seu lado e, quem sabe se sonha com princesas e príncipes do reino da fantasia.
E este dia que amanheceu frio e triste huvoso, acabou quente e alegre de ternura e amor,  culpa desta criança que veio trazer tanta alegria à família.


Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Genealogia

Apenas o que passou, ou mudou, ou desapareceu, nos revela a sua verdadeira natureza .
( Cesare Pavese )


                                  
Há já algum tempo que ando às voltas com a genealogia. Após consultar os registos paroquiais existentes na internet, tenho chegado a algumas conclusões  relacionadas com   algumas aldeias da freguesia de Pomares, onde tenho as minhas raízes, ou as dos meus familiares.
Algumas delas têm-me aguçado o apetite para uma investigação um pouco mais aprofundada. É natural que vá encontrando algumas curiosidades, que vou partilhando aqui com todos os visitantes.
Os Livros de Registo de Nascimento mais antigos dos naturais da Paróquia de Pomares já existentes on line, datam de 1626. Não sei ao certo, quando se iniciaram as povoações desta freguesia, mas nesses livros   aparecem primeiro os  assentos da Foz da Moura, Barroja, Sorgaçosa, Sobral (Sobral Magro), Sobral Gordo, Soito da Ruiva e Barrigueiro. Assim aparecem:
Em 27-10-1626,  o registo duma criança na Foz da Moura;
em 2-2-1627,  o registo  de Maria, filha de  Manuel Dias na Barroja;
em 28- 2 1627, o registo de  Luzia, filha de José Francisco no Sobral Magro;
em 7-3- 1627, o registo de Maria, filha de Matias João e Águeda João no Soito da Ruiva;
em 12-9-1627, o registo de Maria, filha de Simão Francisco e Ana Maria, na Sorgaçosa;
em 19-9-1627, o registo de Penólia, filha de Domingos João e Maria Francisca, no Sobral Gordo;
em 1-10-1627, o registo de Simão, no Barrigueiro;
em 18-2-1651, o registo de Maria, filha de Domingos Francisco, no Vale do Torno;

Só mais tarde, aparecem assentos do Vale do Torno, das Corgas, do Porto Silvado e finalmente do Agroal.



- Soito da Ruiva em primeiro plano
 e Sobral Magro ao fundo -





Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Prometido-Cumprido

O prazer no trabalho aperfeiçoa a obra.
( Aristóteles ) 



Há dias aceitei o desafio da amiga  Marli  para fazer uma dália que vi no blog  Louca Por Artes. Cá estou para mostrar o resultado do trabalho.



E, não fiz só uma dália,  fiz várias que apliquei num saco que não tinha graça nenhuma, fazendo uma composição com algumas folhinhas também em crochet.
O resultado foi este.






Obrigada pela sua visita. Volte sempre.


terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Blogagem Colectiva de Fevereiro

Conhecer alguém aqui e ali que pensa e sente como nós, e que embora distante, está perto em espírito, eis o que faz da Terra um jardim habitado.
(Goethe)




Uma vez mais, vou participar na blogagem colectiva do Aldeia da Minha Vida .
Desta vez o tema é o Carnaval.


Como já escrevi várias vezes, o meu local de habitação foi sempre em Lisboa ou nos seus arredores. Os usos e costumes que eu vivenciei foram quase sempre os das zonas urbanas. No entanto, quando estava na aldeia, absorvia muito mais os costumes rurais. Aliás, sempre fui muito mais rural que urbana. No caso do Carnaval , vivi a experiência dos dois locais e, mais uma vez, a aldeia "venceu" a cidade...
Por essa razão, muito havia para escrever e, um texto de 25 linhas era muito pouco para o tema. Assim, resolvi sintetisar o mais possível os dois posts que fiz aqui sobre o Carnaval e que será publicado no Aldeia da Minha Vida, no próximo dia 26.
Este blog tenta promover o nosso país e aconselho os meus visitantes a passarem por lá e a participar.
Há prémios, mas não é isso que interessa. É muito mais importante participar e divulgar a nossa região, o nosso país.



Obrigada pela sua visita. Volte sempre.