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sexta-feira, 30 de abril de 2010

Bolo Dia da Mãe

Os afectos podem, às vezes, somar-se. Subtrair-se, nunca.
 (Pitágoras)




O Dia da Mãe em Portugal comemora-se no próximo Domingo. Já se tornou num lugar comum dizer-se que o Dia da Mãe são todos os dias do ano, mas eu não vou deixar de comemorar essa data com os meus filhos, já que não posso ter a presença física da minha mãe junto de mim.
Hoje andei a pesquisar nos meus livros uma receita dum  bolinho para fazer para o próximo Domingo e vou partilhá-la aqui com todos vós.

Bolo do Dia da Mãe

Massa
5 ovos
170 g de açúcar
3 gemas
170 g de farinha
1 colher de café de fermento
manteiga para untar
farinha para polvilhar

Xarope
3dl de água
50 g de açúcar
Sumo de 1 laranja

Recheio
1 lata de leite condensado
6 gemas

Cobertura
400 g de maçapão
Açúcar em pó

Separe as gemas das claras. Numa tigela bata as claras em castelo, junte-lhes o açúcar, pouco a pouco, batendo sempre, até que fiquem bem duras e brilhantes.
Adicione-lhes as gemas e continue a bater até obter uma mistura clara e fofa. Junte-lhe delicadamente a farinha peneirada com o fermento.
Unte uma forma com manteiga e polvilhe-a com farinha. Deite-lhe dentro a massa e leve ao forno quente durante  20 minutos. Retire e deixe arrefecer.
Entretanto, prepare o xarope:
Leve ao lume a água com o açúcar e o sumo de laranja e deixe ferver. Nessa altura retire do lume e deixe arrefecer.
Corte o bolo ao meio e regue-o com o xarope. Barre uma das metades com 3/4 do recheio, coloque em cima a outra metade do bolo e barre-o com o restante recheio.
Prepare a cobertura. Polvilhe uma superfície com açúcar em pó e estenda o maçapão, deixando-o com uma espessura fina. Cubra o bolo com o maçapão e alise-o com a mão para que fique bem colado.
Decore o bolo com flores a gosto.




Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Segredo

Precisamos dar um sentido humano às nossas construções. E, quando o amor ao dinheiro, ao sucesso nos estiver deixando cegos, saibamos fazer pausas para olhar os lírios do campo e as aves do céu.
(Érico Veríssimo)




Ao fim de  uns dias muito agradáveis, o meu jardim está a ficar muito bonito, mas também a exigir mais cuidados. O Fernando ontem andou a aparar os arbustos da sebe e sem se aperceber pôs um ninho de melros com os  ovinhos a descoberto. Pensou que os pais enjeitassem o ninho, mas hoje fui espreitar e consegui uma  imagem enternecedora  para ilustrar o post de hoje.



SEGREDO

Sei um ninho.
E o ninho tem um ovo.
E o ovo tem lá dentro um passarinho
Novo.

Mas escusam de me atentar:
Nem o tiro, nem o ensino.
Quero ser um bom menino
E guardar
Este segredo comigo
E ter depois um amigo
Que faça o pino
A voar...

Miguel Torga



Obrigada pela sua visita. Volte sempre.





quarta-feira, 28 de abril de 2010

Sabores da Aldeia

A natureza delicia-se na comida mais simples. Todos os animais,excepto o homem,comem um só prato.
( Joseph Addison)

Hoje o dia esteve novamente muito quente.  Se há dias atrás o frio convidava a passar o tempo no quentinho de casa, nos últimos dias já cheira a Verão e a férias na aldeia. Enquanto preparava o meu café, numa máquina de café-expresso, lembrei-me  das minhas férias na  aldeia, quando era ainda uma criança. Tudo era  diferente.
Logo de manhã, acordava esfomeada e corria para a cozinha onde a minha avó, sentada num banquinho de madeira,  ia colocando algumas malgas sobre  uma tripeça, onde já havia um naco de broa e um queijo fresco, ainda rodeado pelo acincho, acabadinho de sair da queijeira colocada no forro da casa.



Na fogueira, um púcaro de barro negro fumegava e exalava um cheirinho bom a café , o café da avó.
Dum dos  lados das cavacas em brasa, o feijão  fervia numa panela de ferro.  Do outro, num caldeiro  cozinhava-se a lavagem para os porcos.
Então, ainda ensonada, sentava-me e bebia a malga com café e comia uma fatia de broa com queijo. A minha avó esfarelava um naco de broa para a malga dela e misturava-lhe o café.
E ali ficávamos as duas a saborear a primeira refeição do dia, enquanto o meu avô e a minha tia trabalhavam no campo.


Obrigada pela sua visita. Volte sempre.


terça-feira, 27 de abril de 2010

Almoço do 58º Aniversário da C. M. Sobral Magro

O presente é a sombra que se move separando o ontem do amanhã. Nela repousa a esperança.
(Frank Lloyd Wright)



No passado Domingo, um lindo dia de Primavera, estive num convívio com a família sobralmagrense e alguns amigos. A Comissão de Melhoramentos de Sobral Magro promoveu um almoço comemorativo  do 58º aniversário da sua fundação, na Quinta dos Girassóis em Fernão Ferro.



A Quinta é atravessada por um pequeno regato e tem locais pitorescos  por onde passeámos, enquanto aguardávamos a chegada dos nossos conterrâneos.


Aqui e além, juntavam-se grupos que aproveitavam o tempo de espera  para  "pôr a conversa em dia". Como nos encontramos  a residir espalhados pela região da grande Lisboa, estes convívios acabam sempre por proporcionar momentos muito agradáveis, onde podemos matar saudades uns dos outros e onde uma  alegre nostalgia  acaba por nos invadir, enquanto recordamos os tempos passados.
De vez em quando apareciam conterrâneos que há muito não encontrávamos. Então era a alegria geral e as recordações protagonizavam a conversa.


Contámos também com a simpática presença de delegações de povoações vizinhas. O Soito da Ruiva fez-se representar pela  Presidente da Direcção Teresa Neves, marido e filha  e o Vale do Torno também pela sua Presidente da Direcção Isabel Lourenço, Presidente da Assembleia Geral Carlos Lourenço e esposa.
Já com todos presentes e aproveitando o bom tempo que se fazia sentir,  iniciámos a refeição com os aperitivos que foram servidos no jardim da Quinta, onde continuou a confraternização.



Seguimos depois para o restaurante onde foi servido o almoço, após o qual o Sr. João de Carvalho, Presidente da Direcção da Comissão de Melhoramentos nossa aldeia, saudou todos os presentes, prestou os seus agradecimentos  e fez  uma saudação especial às agremiações congéneres que, numa atitude de grande amizade, marcaram a sua presença.



De seguida, foi apresentado um magnífico bolo oferecido pelos  proprietários da pastelaria O Pastelinho de Benfica. Estes nossos conterrâneos são uns excelentes colaboradores da nossa colectividade e sempre que a comissão realiza algum iniciativa, estão sempre disponíveis tanto para trabalhar como para ajudar a sua aldeia natal.


Cantaram-se os Parabéns à nossa Comissão, cujas velas foram apagadas pelo Sr. João. Enquanto se degustava uma fatia de bolo e uma taça de espumante, foram distribuídas pequenas lembranças alusivas à data.




Por ter estado envolvida neste evento, durante os últimos tempos, andei um pouco arredada das visitas e comentários nos blogues amigos. Até mesmo as postagens foram previamente agendadas e,  na medida do possível, fui tão assídua quanto me foi possível.
A partir de hoje, espero que tudo regresse à normalidade.



Obrigada pela sua visita. Volte sempre.




segunda-feira, 26 de abril de 2010

Parabéns Prima



Hoje faz anos a Hortensita.
A Hortensita é a minha prima,  sobre a qual já aqui escrevi algumas vezes.
Tinha três primas  do lado materno de quem gostava muito e era muito amiga. No entanto, uma era mais velha  e naturalmente tinha  interesses  diferentes. A outra, apesar de gostar muito dela, não tinha uma relação tão próxima dos meus avós, em casa de quem eu passava férias na minha meninice. A Hortense apesar de só ser mais nova que eu um ano, foi sempre uma criança muito pequenina, muito fofinha e, sendo eu muito arrebitada, desde cedo exerci a minha ascendência sobre  ela que  deixou que isso acontecesse, talvez  por eu ser " a menina da cidade".


 Assim  fomos crescendo e, aos poucos, ela foi-se libertando da minha ascendência surgindo uma grande cumplicidade entre as duas que, naturalmente resultou numa grande amizade. Transformou-se numa linda adolescente, de estatura média, rosto expressivo e olhar sonhador. Alegre e extrovertida, fazia amigos com facilidade , mas nunca deixou de ser a Hortensita.
Já crescidinhas era a minha companheira de paródias e festas em tempo de férias, que eu passava sempre no Sobral Magro. Para além de companheira, era minha amiga, a  minha confidente, ...
Por tudo isto, a Hortensita foi muito especial para mim.



Seguindo a ordem natural das coisas, casámos e cada uma seguiu o seu destino, mas nunca cortámos o contacto familiar, apesar de vivermos distantes uma da outra. Agora com a internet, estamos de novo mais próximas e comunicamos  frequentemente.
No entanto ontem,  juntámo-nos na comemoração do aniversário da nossa aldeia e, um pouco antes do almoço, registámos o momento. Nada mais oportuno, para o post de hoje.


Parabéns prima!

Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

domingo, 25 de abril de 2010

No 25 de Abril - Fernando Pessoa

Um homem pode morrer, uma nação se erguer ou cair, mas uma idéia vive sempre.
( John F. Kennedy )



O Infante
Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,

E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.

Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!"

Fernando Pessoa
Mensagem



Obrigada pela sua visita. Volte sempre.









sábado, 24 de abril de 2010

Pastel de Óleo

A partir dos desenhos, a arte infiltra-se nomundo.
(Waltercio Caldas)


Há algum tempo atrás prometi a uma amiga e seguidora d' O Açor,  fazer um post com algumas  das minhas pinturas com pastel de óleo.
Como o prometido é devido, cá estou para mostrar dois deles.



O pastel   é um material  de pintura que pode ser usado , em vários tipos de papel para além da tela e que existe em duas variedades, o pastel seco (mais antigo) e o pastel de óleo (mais recente). O primeiro é mais difícil de usar, pois é difícil corrigir algo que não fique ao nosso gosto. Por essa razão, para principiantes é mais fácil o uso do pastel de óleo.
Este material apresenta-se em forma de barrainhas semelhantes aos lápis de cera, mas mais oleoso.



Esta é uma técnica de pintura que, quando bem protegida tem uma longa duração. Pessoalmente prefiro o pastel de óleo ao seco, mas do que eu gosto  mesmo é de pintar com tinta de óleo.




Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Sociedade de Melhoramentos da Freguesia de Pomares

A diferença entre uma pessoa de sucesso e as outras não é falta de força, nem a falta de conhecimento, mas particularmente a falta de determinação.
(Autor Desconhecido)




Hoje o meu post é dedicado à Sociedade de Melhoramentos da freguesia de Pomares, que completa hoje 90 anos de existência.
Foi esta colectividade a percursora do movimento associativo que viria a dar uma nova face à freguesia.
Votadas ao abandono pelo Estado, foram os próprios naturais das aldeias que arregaçaram as mangas e deitaram as mãos à obra, dotando-as dos melhoramentos básicos de que careciam.
Felicito a Sociedade de Melhoramentos da Freguesia de Pomares pelo seu aniversário.
A minha homenagem aos HOMENS que tomaram a iniciativa,  aos quais já me referi em anos anteriores, neste mesmo dia.

(Foto: Rouxinol de Pomares)


PARABÉNS!




Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Bucólica

É um tolo aquele que, verificando que uma rosa cheira melhor do que uma couve, conclui que fará também uma sopa melhor.
 (Autor desconhecido)


BUCÓLICA



A vida é feita de nadas:
De grandes serras paradas
À espera de movimento;
De searas onduladas
Pelo vento;
De casas de moradia
Caídas e com sinais
De ninhos que outrora havia
Nos beirais;
De poeira;
De sombra de uma figueira;
De ver esta maravilha:
Meu Pai a erguer uma videira
Como uma mãe que faz a trança à filha.

(Miguel Torga)


(Foto: Ana Teresa)


Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Figuras da Serra: A Sardinheira

Todo ser humano vive experiências. Mas alguns não percebem .
(Curt Goetz ) 

Já várias vezes me referi à alimentação tradicional das populações das aldeias da serra do Açor, onde a carne do porco,  que criavam ao longo do ano, servia de "conduto" aos legumes e hortaliças que os campos produziam.
Em meados do século passado, a maior parte das  aldeias da freguesia de Pomares, não tinham estrada nem energia electrica, por isso, só no dia da feira de Pomares ou de Avô,  a maior parte dos habitantes daquelas povoações comia  peixe fresco, normalmente sardinhas. Por vezes,  os carapaus ou o chicharro faziam as delícias das pessoas daquelas aldeias.
Ocasionalmente, também aparecia na aldeia a sardinheira. Normalmente, era uma senhora natural de Pomares  que recebia as caixas de peixe e  seguia a pé, percorrendo as aldeias da serra levando, aos seus habitantes, a possibilidade de variar a ementa diária.

- A sardinheira na Sorgaçosa -
(Foto: Helena Afonso)

Mais tarde, com a chegada das estradas às povoações, o sardinheiro (peixeiro), que levava o peixe para Pomares, passou a levá-lo também a algumas aldeias da serra, tornando-o mais vulgar na alimentação dos seus habitantes.
Nos primeiros tempos, as caixas transportavam a sardinha, que se conservava em boas condições, coberta de sal e,  mais tarde, cobertas de gelo.


- O peixeiro no sobral Magro -

Com a chegada da energia eléctrica o peixe congelado passou também a fazer parte da alimentação da população.
Actualmente, o peixeiro leva uma grande variedade de peixe  a todas as povoações da serra, pelo menos um dia por semana, fazendo-o agora em carros frigoríficos.




Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Mousse de Morango



Diferente e inimiga das dieticistas, a cozinheira não tem o menor interesse em alimentar seus convidados de forma racional. O que deseja é matá-los de prazer.
( Rubens Alves )



Aproveitando a época dos morangos e, como ontem foi  dia de família cá em casa, fiz uma sobremesa com estes frutos. Procurei na na internet  e encontrei esta receita.


Mousse de Morango



(Imagem retirada da internet)


200g de morangos
100g de yogurte natural
100g de leite
40 g de açucar
7g de gelatina incolor
70g de água
100ml de natas batidas em chantily

Batem-se  os morangos com o iogurte no liquidificador.
Dissolve-se  a gelatina  na á gua. Deita-se o leite e o açúcar num tachinho e leva-se  ao lume.
Quando  ferver acrescenta-se  a gelatina, mexe-se  até derreter e deixa-se esfriar.
Depois de frio, junta-se este batido no leite e mistura-se bem, Envolve-se  depois o chantily com muito cuidado.
Coloca-se o doce numa taça e leva-se ao frigorífico para gelar.
Decora-se a gosto e serve-se.

 

Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

domingo, 18 de abril de 2010

Histórias da Serra


O momento é sempre adequado para fazer o certo.
(Martin Luther King)
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A adaptação daquela jóvem à grande cidade não foi complicada. Apesar de se encontrar um ambiente completamente diferente,  habitava com o marido num quarto alugado na  casa de conterrâneos, onde havia mais outros  casais da sua aldeia a viver. Nessa altura,  poucos  tinham ordenados que lhes permitissem  pagar uma renda  e então, quando alguém alugava uma casa, via-se obrigado a subalugar quartos para  ajudar a pagar o respectivo arrendamento.
Enquanto os maridos se encontravam a  trabalhar, as mulheres cumpriam as tarefas caseiras e,  no tempo livre, conversavam, davam longos passeios a pé à descoberta da   cidade, ou visitavam familiares e amigos. Numa das frequentes visitas que o casal fazia a casa dos tios que fôram também padrinhos de casamento, falou-se na hipótese de irem habitar o sótão da casa dos tios,  que naquela altura se encontrava  devoluto.
E foi o que aconteceu. A partir de então, o tempo passou calmamente até que, um dia, a jovem esposa descobriu que estava grávida. As preocupações com o futuro aumentaram com a perspectiva da chegada de um novo membro  à família. Ela preocupava-se com o futuro a curto prazo. O quartinho era pequeno e não tinham espaço para  uma caminha de bebé. Ele preocupava-se com o futuro a longo prazo. Conseguir um negócio próprio, que lhe desse possibilidades não só de um presente mas também de um futuro para o bebé que esperavam.
Um dia, a tia contou-lhes que um  conterrâneo dela tinha uma pastelaria em  trespasse. Esta conversa já não saiu da cabeça do rapaz. Conhecendo alguns amigos empregados da indústria hoteleira, desafiou-os para formarem uma sociedade. A medo,  quatro jóvens lançaram-se na luta por uma vida melhor. Recorreram a empréstimos de pessoas das aldeias da sua freguesia para pagarem o trespasse, pois na altura as instituições bancárias não funcionavam como actualmente e, quem tivesse algumas poupanças,  guardava-o em casa ou , emprestava-o a quem necessitasse, mediante o pagamento de um juro.
E foi assim, com empréstimos de várias pessoas da sua freguesia natal, que conseguiram o dinheiro para pagarem o trespasse da pastelaria   Bijou do Calhariz.


Pouco tempo depois, no dia 18 de Abril de 1950,   nas águas furtadas dum prédio no Largo de S. Cristóvão,  nasceu um bebé do sexo feminino, que viria dar um novo sentido à a vida deste jóvem casal.
Esse bebé rececbeu o nome de Maria de Lourdes.


Esta foi a história de vida de meus pais até ao meu nascimento. Quando iniciei este tema, Histórias da Serra, pretendi dar a conhecer percursos de vida de pessoas naturais da serra do Açor.  Outras histórias irei contar ao longo dos tempos, embora sem  tantos pormenores, pois não conheço nenhuma tão bem como esta que, por essa razão,  foi a primeira.



Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

sábado, 17 de abril de 2010

Ilha da Madeira II


Ninguém pode pronunciar-se acerca da sua coragem quando nunca esteve em perigo
(La Rochefoucauld)



Termino hoje a minha viagem, através de fotografias, pela Ilha da Madeira com um local incontornável localizado na zona norte da ilha, banhado pelo Oceano Atlântico: Porto Moniz.



O nome da vila vem do tempo do inicio do povoamento desta zona  da ilha. Francisco Moniz, o Velho, foi talvez um dos primeiros seus povoadores pois ali se fixou, juntamente com um grupo de pessoas que para ele trabalhavam.
Durante muito tempo, a povoação de Porto Moniz permaneceu isolada pois,  não tendo estrada e situando-se numa região de difícil acesso, era  pouco conhecida e divulgadoa A partir de  1914, data em que  foi ligada por estrada à cidade do Funchal, começou a sair do anonimato. Os turistas  descobriram então um município com uma magnífica  paisagem onde a natureza se apresenta em todo o seu esplendor. 



As vertentes íngremes da costa resultantes da lava vulcânica que escorreu  até ao oceano, apresentam aqui e além quedas de água, que escorrem para as ribeiras ou se precipitam no mar,   maravilhando os olhos dos visitantes.


A vegetação luxuriante deixa todos os visitantes maravilhados, mas a  principal atracção deste município encontra-se na  vila, sede de município, e  são as suas piscinas naturais de água salgada.





Neste concelho  existem três piscinas naturais formadas entre as rochas vulcânicas, onde se pode deesfrutar das águas frescas e, com um pouco de sorte  pode ver os peixes que nadam junto ao fundo.




Por isto e pelo que mostrei nas postagens anteriores, a Madeira é um destino que recomendo. Numa altura em que os madeirenses estão empenhados  numa fase de reconstrução,  a visita será uma boa contribuição. Mesmo após os acontecimentos de Fevereiro passado,   a ilha é muito bonita e ninguém ficará indiferente aos  seus encantos.




Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Ilha da Madeira I

Nada se perde, tudo é memória.
(Carlos Nejar)

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Continuamos na Ilha da Madeira, mas hoje vamos sair do Funchal.
Um dos locais que achei mais engraçado foi Santana, pois é ali que  ainda podemos observar as casinhas típicas da Madeira.
Para conhecer melhor esta região, fica a informação que consta do site do município em:
http://www.cm-santana.com/


Santana apresenta-se, actualmente, como Cidade e sede de Concelho.
Fica localizada na costa Norte da ilha da Madeira, a cerca de 312 metros de altitude e ocupa uma área de 96,2Km2. Engloba actualmente 6 freguesias: o Arco de São Jorge, São Jorge, Ilha, Santana, Faial e São Roque do Faial.


Conjuntamente oferecem ao visitante paisagens pitorescas e vislumbrantes que reflectem a associação harmoniosa entre os elementos físicos e humanos. Cada freguesia relata e guarda, à sua maneira, os traços etnográficos e folclóricos mais significativos na memória das suas histórias, tradições, usos e costumes, pois é um concelho fortemente enraizado por laços desta natureza. O seu nome deve-se à sua padroeira Sant´Ana; como freguesia foi fundada a 04 de Junho de 1552 e elevada a concelho a 05 de Novembro de 1835.

Este é um local que não deve deixar de visitar. Espero que gostem tanto como eu gostei



Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Pelos Caminhos de Portugal: Ilha da Madeira


A vida não é uma questão de marcos, mas de momentos.
(Rose Kennedy)



Este ano, o nosso país tem registado bastantes anomalias a nível climático. Ainda ontem, de repente, uma zona de Lisboa foi alvo dum tornado e duma tromba de água. No entanto, o acidente mais grave provocado pela intempérie, aconteceu na Ilha da Madeira.
Como é do conhecimento geral, os madeirenses tudo têm feito para ultrapassar a catástrofe, no que têm sido auxiliados pela restante população do país.


A Madeira é uma ilha dotada duma  beleza natural ímpar e, desde a beleza dos seus jardins à paisagem de perder a respiração que se vislumbra dos seus altos picos montanhosos, tudo convida a uma visita. Nesta altura do ano, a ilha apresenta-se ainda mais bonita pois estamos em plena época da  Festa da Flor,   que se realiza de  15 a 18 de Abril e que costuma atrair um grande número de turistas, tanto nacionais como estrangeiros.


Neste acontecimento, um dos mais importantes da Madeira, realiza-se o cortejo da Festa da Flor, onde desfilam pelas ruas do Funchal, esmeradamente decoradas com lindas e coloridas flores, inúmeros figurantes com seus carros alegóricos enfeitados sempre com as mais variadas flores originárias da ilha, num espectáculo de rara beleza, acompanhado por muita alegria e música.
Este ano, os habitantes daquele pedacinho de Portugal empenharam-se ainda mais neste evento, que espero seja um verdadeiro sucesso turístico.
As fotos de hoje não são da Festa da Flor, mas foram tiradas na minha última viagem à ilha, que adorei e me deixou uma imensa vontade de voltar.




Obrigada pela sua visita. Volte sempre.



quarta-feira, 14 de abril de 2010

Charneca em Flor

Se não tivéssemos falhas nossas, teríamos menos prazer em notar as falhas dos outros.
(Duque de La Rochefoucauld)


Enquanto não resolvo os problemas com o meu computador, a poesia de  Florbela Espanca faz-me companhia.

Charneca em Flor

 
Enche o meu peito, num encanto mago,
O frémito das coisas dolorosas...
Sob as urzes queimadas nascem rosas...
Nos meus olhos as lágrimas apago...

Anseio! Asas abertas! O que trago
Em mim? Eu oiço bocas silenciosas
Murmurar-me as palavras misteriosas
Que perturbam meu ser como um afago!

E, nesta febre ansiosa que me invade,
Dispo a minha mortalha, o meu bruel,
E já não sou, Amor, Soror Saudade...

Olhos a arder em êxtases de amor,
Boca a saber a sol, a fruto, a mel:
Sou a charneca rude a abrir em flor!

Florbela Espanca



Obrigada pela sua visita. Volte sempre.