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domingo, 31 de outubro de 2010

Halloween

bruxas - Recados Para Hi5


Não sendo uma festa tradicional na nossa cultura, o Halloween, ou Dia das Bruxas vem ganhando cada vez mais adeptos no nosso país.
Há alguns anos que, nesta noite, tenho sempre preparados alguns saquinhos com doces esperando a visita das crianças  fantasiadas a rigor, que normalmente tocam à porta, gritando:
- Gostosuras ou travessuras!
Este ano porém, a chuva que se fez sentir afastou as possíveis visitas.



Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Notícias de Pomares II

Continuando a recordar o já extinto jornal da minha freguesia, o Notícias de Pomares, esta é parte duma notícia da minha aldeia que foi publicada no seu primeiro número. Corria o ano de 1959 e, nessa altura, a serra era rasgada pela construção de estradas florestais. O Sobral Magro aguardava o início da sua, uma vez que a estrada que iria ligar a povoação à sede de freguesia ainda parecia longe.



Até então, para se chegar à aldeia, o percurso era feito a pé. O transporte de materiais era complicado, muitas vezes transportados à cabeça, nos machos do ti Custódio, ou nos bois do ti Joaquim Gama.
Estes últimos  ficavam mais dispendiosos e nem todos  tinham possibilidades para suportar esta despesa.


Após o início dos trabalhos,  a distância que separava a povoação do resto do Mundo foi encurtando à medida que cada lanço era construído e era com grande satisfação que fazíamos a viagem inaugural de cada um, que se completava. Apesar de ser um caminho de terra batida e de, várias vezes se ouvirem as pedras soltas a baterem na parte inferior dos carros, que deixavam para trás um grande rasto de "borralho", esta foi uma obra que muito contribuiu para o progresso da minha  aldeia.
Aumentaram os comerciantes que traziam para a povoação produtos que antes só se adquiriam nas feiras. Melhoraram as condições de vida  mas, foi a partir de então que, com os novos materiais de construção que invadiram a aldeia,  a maior parte das habitações sofressem grandes alterações na sua arquitectura, perdendo as características da região.


 O xisto das paredes e telhados deu lugar à argila nos tijolos e telhas. As casas passaram a ser pintadas, primeiro de branco depois de cores variadas e, os próprios habitantes de Sobral Magro já pouco se lembram da aldeia original.
Foi o progresso, que se iniciou após a construção da estrada, que veio alterar o modo de vida da povoação, numas vezes para melhor, mas noutras para pior.


Obrigada pela sua visita. Volte sempre.


quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Vento

- Vale do Alva -

Vento
Vem do vale esse vento
Inchando de tanta vida
Traz cheiros de água e mato
Sons misturados de pios
Algazarras de quintais.
Tudo vem difuso e vago
É só o vento e seu manto
Desalinhando memórias
Roçando saudade em sono
Bulindo hastes rosadas
No mar de capim melado


E o frio é um acorde fino
De violino
Arrepiando as pernas da minha infância.




Carmen Felicetti
 
Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Rancho Folclórico da Ribeira de Celavisa


(Foto retirada da Net)

O concelho de Arganil tem estado em grande actividade nos últimos tempos, notando-se um grande investimento na preservação das suas tradições. O gosto pela  etnografia tem vindo a crescer e se, durante o Verão, assistimos ao lançamento dos CDs dos grupos de Danças e Cantares do Soito da Ruiva e do Grupo Etnográfico Raízes do Sobral Gordo, cabe agora a vez ao Rancho Folclórico da Ribeira de Celavisa, um dos pioneiros deste movimento no concelho de Arganil, lançar também um CD.

Este foi o e-mail/convite que recebi e que passo a transcrever, pois ele é extensível a todos os que queiram tomar parte neste evento.
O Rancho Folclórico da Ribeira de Celavisa, do Concelho de Arganil, do Distrito de Coimbra, vem por este meio informar-vos que irá realizar o lançamento do seu CD "Costumes de um Povo Serrano" no dia 7 de Novembro de 2010, na Charneca da Caparica, na Quinta Dia-a-Da, nas Casas Velhas (itenerário segue em anexo): Por esta razão convidamo-vos a participar neste evento, sendo motivo de muito orgulho e satisfação a V/ presença.
Aproveitamos ainda e solicitamos a respectiva divulgação do evento para que a afluência seja a maior.
Certos de que nos veremos brevemente, sem outro assunto de momento e com os mais respeitados cumprimentos, subscrevo-me atenciosamente,

Fábio Luís



Espero que tenham muito êxito com o CD que vão lançar e que este convívio  seja muito concorrido e que sirva de chamada de  atenção para aquilo que ainda temos de  genuíno  no nosso concelho, neste caso as nossas danças e cantares, os nossos usos e costumes.

NOTA: Mais informação sobre o grupo pode ser consultada no seu site em: http://sites.google.com/site/rfrcelavisa/

Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Serra do Açor: Chãs d' Égua


Hoje vou fazer um passeio virtual pela serra do Açor. Vou até ao Chãs d´Égua, uma localidade da freguesia do Píódão, donde partiram alguns homens para formarem família na minha aldeia e vice-versa.
O nome Chãs d' Égua, pensa-se ser devido à criação de éguas, ali feita no tempo dos romanos,  para serem utilizadas em carros de desporto  e combate.


Infelizmente, temos pouca documentação que se refira à maior parte das pequenas populações espalhadas pelas encostas desta serra. Só a partir do reinado de D. João III,   se começou a saber quem vivia naquelas aldeias, sendo a primeira contagem populacional  feita em 1527. No entanto, a partir da recente descoberta de  pinturas rupestres   na região, sabe-se que  a vida ali é muito remota.
Neste momento o Chãs d' Égua está, como muitas outras aldeias serranas, em vias de desertificação. No entanto, com a criação do Centro Interpretativao de Arte Rupestre, que funciona nas instalações da antiga Escola Primária, espera-se que a aldeia volte  a registar o movimento de outrora.




Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

domingo, 24 de outubro de 2010

Aniversário do Blog "Rouxinol de Pomares"


Ontem, encontrei entre as minhas recordações, este recorte do extinto Notícias de Pomares:


Esta criança entrou na escola, seguiu o seu percurso académico e profissional (não como mecânico) e é  o autor dum dos blogues mais conhecidos da minha região, que faz hoje precisamente três anos de existência: O Rouxinol de Pomares.
Para ele vão os meus Parabéns e votos de  longa vida.


Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

sábado, 23 de outubro de 2010

Memórias no Açor

A minha ligação com a serra vem desde muito cedo, pois os meus pais levavam-me para o Sobral Magro para passar os três meses de Verão com os meus avós. Eu sempre adorei esse período de tempo, longe do bulício da cidade, onde eu me sentia mais próxima da liberdade.
Era  ainda uma criança e, até lá chegar, tinha  que fazer um longo percurso a pé.
Quando ia com os meus pais, deixávamos o carro  em Pomares, ou às Almas do  Goulinho, que eram os locais mais próximos da povoação, onde chegava uma estrada. Lá tínhamos à nossa espera grande parte da família para nos ajudarem a transportar as bagagens que levávamos: malas, cestos e cabazes com vários produtos que não se comercializavam nas tabernas da aldeia.


Era um percurso penoso, mas que se vencia por entre as conversas que nos punham a par das notícias da aldeia. As saudades eram muitas e alegria do reencontro era grande.
No início da caminhada, eu ainda seguia animada com o carinho dos meus familiares mas, a partir de determinda altura,  desesperava.  As ervas do caminho faziam-me cócegas nas pernas e eu coçava-as.  As pedras escorregavam sob os meus pés e eu fazia um esforço enorme para não cair. De vez em quando, dava um pontapé numa pedra maior e eu refilava porque o caminho nunca mais acabava. Cansada, arrastava os pés pela terra do estreito caminho, levantando uma nuvem de poeira, que ia de encontro às pessoas carregadas que seguiam atrás de mim. Logo se seguia um raspanete dos meus pais tentando pôr-me na ordem e eu ficava para trás, amuada. 
Era sempre assim. Vencíamos outeiros e valeiros infindáveis, até ouvir lá ao longe, as horas a bater no relógio da  torre da capela, anunciando a proximidade da aldeia.
Então, o cansaço desaparecia e eu ganhava novas forças. Guiada pelos telhados de lousa da aldeia que se vislumbravam ao longe,  seguia indiferente às ervas, topadas e escorregadelas, passando à frente de toda a gente.
O final da caminhada estava próximo e, durante os três meses seguintes, eu seria livre. 



Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Selos e Mimos

A amiga  Maria  do Divagar Sobre Tudo um Pouco recebeu dois lindos selos que partilhou com os amigos.


Junto com os selinhos, tinha um poema
da autoria do autor do blog que lhos ofereceu.
Como gostei, trouxe-o também. 

Eu e o Ipê

Ouço palavras nos ventos
O canto das ondas no quebra mar
Vejo a lua procurando direção
Como uma câmera a fitar meu coração.

Em noites de chuva fina prefiro ficar na janela
Fugindo talvez, dos tristes olhos dela
Observo as vias, os carros parados
Imagino corações desesperados

Gotas cintilantes molham as vidraças
Como cristais de lagrimas a derreter
Vejo no outro lado da rua, o reflexo
Da minha tristeza, o solitário pé de Ipê

Suas flores roxas no chão mudam o cenário
Pintam um quadro imaginário
Minha vida, eu e quem sabe você
Abstrato – impossível crer...

Da minha janela vejo tudo que passa lá fora
Da fina chuva pessoas vão se esconder
Na praça balanços giram na força dos ventos
E você é constante nos meus pensamentos

Sinto-me preso a raros momentos
Vestígios em mim que ficou de você
Restos de saudades, frágeis lembranças
Que só diminuem minhas esperanças

Da minha janela sonho acordado com você
Desço as escadas da minha vida tentando te encontrar
Ao menos fim, uma triste realidade a vida sem te ter
Encosto-me, divido a saudade com meu solitário Ipê

Autores: Silviah Carvalho e Arnoldo Pimentel

Adorei amiga. Obrigada. Agora vou guardá-los no meu cantinho em  Presentes e Mimos


Obrigada pela sua visita. Volte sempre.





quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Peregrinação a Fátima 2



Tal como mencionei no último post, durante o fim de semana que passei em Fátima, com o meu marido e amigos, deslocámo-nos a Aljustrel, a  aldeia natal dos três Pastorinhos. Lá dirigimo-nos à casa onde nasceu a irmã Lúcia.



Visitámos o seu interior. Nas  fotos seguintes, podemos observar algumas das suas divisões .


O quarto de Maria Rosa e António dos Santos, os  pais de Lúcia,
 local onde ela  nasceu, bem como as irmãs e o irmão


 O quarto das irmãs: Maria dos Anjos, Glória e Teresa



A cozinha da casa



A sala do tear

Nos últimos tempos a povoação transformou-se e da aldeia pacata já pouco resta. O movimento de pastores e camponeses passa despercebido pois o turismo e o comércio dos mais variados artigos para além dos religiosos  tomou conta de Aljustrel.



Depois dum pequeno passeio pela povoação, partimos para o Santuário onde a paz, o recolhimento e a oração preencheram o que restava do fim de semana.



Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Peregrinação a Fátima



Das muitas vezes que me tenho deslocado a Fátima, tenho visitado alguns  locais  ligados ao Santuário, na sua maioria museus.
Aproveitando o início da tarde de Sábado, desta vez, fui com os meus amigos  a Aljustrel, terra natal dos pastorinhos, onde passámos por parte dos caminhos  frequentemente percorridos pelas três crianças. 
Destes destaco:
A  Loca do Cabeço ou do Anjo que foi o local onde, segundo  a Irmã Lúcia,  se deram a primeira e terceira aparições do Anjo aos Pastorinhos.


A Via-Sacra e a Capela do Calvário Húngaro mandadas construir no percurso percorrido pelos videntes, entre a sua aldeia e a Cova da Iria,  pelos católicos húngaros refugiados no Ocidente, como agradecimento pela ressurreição da Hungria.


A capela, situada num ponto elevado da região proporciona  a quem a visita uma vista magnífica sobre a cidade de Fátima.


Este foi um local que gostei de visitar e que não conhecia, apesar das muitas deslocações que tenho feito ao Santuário de Fátima.



Obrigada pela sua visita. Volte sempre.


terça-feira, 19 de outubro de 2010

Mais uma Prendinha Acabada

Nos últimos tempos, a área do artesanato a que tenho dedicado mais algum tempo é a relacionada com os bordados.
Mais um trabalho terminado e uma vez mais cá estou para o mostrar, como tenho feito com tantos outros.
É um pequeno naperon de cozinha, bordado em ponto de cruz dobrado, em dois tons de azul.


Na imagem seguinte pode ver-se um pormenor do bordado.



E na seguinte o picô com que rematei a extremidade do naperon.


Agora é só fazer um belo embrulho, para oferecer a uma das minhas amigas pelo Natal.




Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Pelos Caminhos de Portugal-Grutas de Mira de Aire




Todos os anos acompanho a peregrinação dos profissionais de saúde a Fátima. Foi o que aconteceu neste último fim de semana. Como as actividades da peregrinação só se iniciam  por volta das 18 h com um colóquio/reflexão no Centro Pastoral PauloVI, alguns de nós resolvemos há alguns anos atrás, partir de Lisboa logo de manhã e aproveitar esse tempo extra para fazer uma visita cultural a qualquer local próximo do percurso que teríamos que efectuar.



Este ano, a escolha foi para as Grupas de Mira de Aire,  as maiores do país e considerada uma das Sete Maravilhas Naturais de Portugal, situadas a 15 Km do nosso destino.





O percurso faz-se através de galerias e salas ladeadas de estalactites,  estalagmites e outras formações calcárias  de formas variadas,  bem como de pequenos cursos de água subterrâneos que se têm formado ao longo dos séculos, no interior da serra de Aire.



A iluminação artificial das grutas muito bem conseguida, realça a beleza e magia desta visita que culmina com um  espectáculo de água jorrando em repuxos  iluminados,  no  final deste percurso inesquecível, pelo interior da Terra. 


Esta é uma visita que recomendo vivamente pois,  ao contemplarmos as maravilhas existentes à superfície  do nosso país, não nos apercebemos das belezas escondidas ali mesmo debaixo dos nossos pés.







Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

domingo, 17 de outubro de 2010

Parabéns Soito da Ruiva



A Comissão de Melhoramentos do Soito da Ruiva comemora hoje 57 anos de existência. Para festejar esta data, prepararam um convívio donde fazem parte uma visita a um navio na base naval do Alfeite e um  almoço. A animação não vai faltar e terá a colaboração do  grupo Contradições.
Não podendo estar presente, não posso deixar de felicitar os seus Corpos Gerentes que continuam o trabalho iniciado pelos seus antepassados, de melhoria de condições de vida na sua aldeia e de manter os seus naturais unidos em torno dum ideal comum, o engrandecimento do seu torrão natal.


 
Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

sábado, 16 de outubro de 2010

Lisboa e Pessoa/Álvaro de Campos



          LISBON REVISITED  
Nada me prende a nada.
Quero cinquenta coisas ao mesmo tempo.
Anseio com uma angústia de fome de carne
O que não sei que seja -
Definidamente pelo indefinido...
Durmo irrequieto, e vivo num sonhar irrequieto
De quem dorme irrequieto, metade a sonhar.

Fecharam-me todas as portas abstratas e necessárias.
Correram cortinas de todas as hipóteses que eu poderia ver da rua.
Não há na travessa achada o número da porta que me deram.

Acordei para a mesma vida para que tinha adormecido.
Até os meus exércitos sonhados sofreram derrota.
Até os meus sonhos se sentiram falsos ao serem sonhados.
Até a vida só desejada me farta - até essa vida...

Compreendo a intervalos desconexos;
Escrevo por lapsos de cansaço;
E um tédio que é até do tédio arroja-me à praia.
Não sei que destino ou futuro compete à minha angústia sem leme;
Não sei que ilhas do sul impossível aguardam-me naufrago;
ou que palmares de literatura me darão ao menos um verso.
Não, não sei isto, nem outra coisa, nem coisa nenhuma...
E, no fundo do meu espírito, onde sonho o que sonhei,
Nos campos últimos da alma, onde memoro sem causa
(E o passado é uma névoa natural de lágrimas falsas),
Nas estradas e atalhos das florestas longínquas
Onde supus o meu ser,
Fogem desmantelados, últimos restos
Da ilusão final,
Os meus exércitos sonhados, derrotados sem ter sido,
As minhas cortes por existir, esfaceladas em Deus.

Outra vez te revejo,
Cidade da minha infância pavorosamente perdida...
Cidade triste e alegre, outra vez sonho aqui...

Eu? Mas sou eu o mesmo que aqui vivi, e aqui voltei,
E aqui tornei a voltar, e a voltar.
E aqui de novo tornei a voltar?
Ou somos todos os Eu que estive aqui ou estiveram,
Uma série de contas-entes ligados por um fio-memória,
Uma série de sonhos de mim de alguém de fora de mim?

Outra vez te revejo,
Com o coração mais longínquo, a alma menos minha.

Outra vez te revejo - Lisboa e Tejo e tudo -,
Transeunte inútil de ti e de mim,
Estrangeiro aqui como em toda a parte,
Casual na vida como na alma,
Fantasma a errar em salas de recordações,
Ao ruído dos ratos e das tábuas que rangem
No castelo maldito de ter que viver...

Outra vez te revejo,
Sombra que passa através das sombras, e brilha
Um momento a uma luz fúnebre desconhecida,
E entra na noite como um rastro de barco se perde
Na água que deixa de se ouvir...

Outra vez te revejo,
Mas, ai, a mim não me revejo!
Partiu-se o espelho mágico em que me revia idêntico,
E em cada fragmento fatídico vejo só um bocado de mim -
Um bocado de ti e de mim!...

(Álvaro de Campos)



Obrigada pela sua visita. Volte sempre.