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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Mãe

Há dia em que as recordações estão mais presentes e  a saudade aperta. Hoje foi um desses dias. A imagem duma pessoa muito querida não me saiu da cabeça. Alguém que muita falta me fez e faz ainda: a minha mãe. Perdi-a cedo. Primeiro, embora ainda cá andasse na Terra, já não conseguia entender-me quando eu necessitava de desabafar. Mais tarde, Deus levou-a para junto de Si e  sinto agora que  ela  me entende  quando, em momentos difíceis, desabafo com ela.
Hoje é  o   dia do seu aniversário e, onde quer que ela esteja, estará rodeada de muitos familiares que a acarinharão enquanto vão olhando pela família que têm na Terra.

 
Em sua homenagem, trouxe um poema do  Luís  que ele publicou no seu  blog  lidacoelho e   que achei adequado para o dia de hoje.

Recordações



O vento frio corta o rosto sereno
Perdido em nuvens de pensamentos
Que entram carregadas de perguntas
E devassam o canto do silêncio ameno.
Acordam na penumbra do esquecimento
As respostas que não tem entendimento.
A fúria das brisas suaves que nos marcam
Nos encantam e seduzem as vontades
Com desejos de carícias mansas e afagos
Que em tempo as mãos da mãe nos davam
São sonhos que conservo e ainda os trago
Presos nestas datas que os dias marcam.
São flores adormecidas num canto a sonhar,
Ventos frios vestindo roupas mais quentes
Manhãs lentas acordando saudades ausentes
Viagens longas que acabam de chegar.
Momentos finos de recordações que dobram
As curvas dos sonhos que ainda sangram.



Obrigada pela sua visita. Volte sempre.


quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

É Bom Recordar




Foi há 48 Anos. Na minha aldeia ainda se vivia nuna luta  devido à  falta de água potável. A população da Foz da Mourísia, um pequeno aglomerado anexo ao Sobral Magro, viu os seus objectivos  alcançados com a construção dum marco fontenário, onde se passou a abastecer. A notícia deste acontecimento veio publicada no jornal da freguesia, o Notícias de Pomares na sua edição de Fevereiro de 1963.




Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

G.E.Raízes de Sobral Gordo

Uma vez mais, o Grupo Etnográfico Raízes de Sobral Gordo, irá  representar  a nossa região, respondendo ao convite da Câmara Municipal de Arganil. Desta vez, estará presente  no pavilhão da FIL, no Parque das Nações em Lisboa, onde   partilhará o stand com a ADIBER e outros municípios da Beira Serra, animando a Bolsa de Turismo de Lisboa.

 Este  evento realizar-se-á na próxima 6ª feira - 25, às  21 h  e este grupo irá certamente contribuir para o prestígio e divulgação da região da serra do Açor.
 
Grupo Etnogr   

Nas palavras da Odete, dinâmica coordenadora do grupo "Da nossa parte tudo faremos, para que mais uma vez o nosso Concelho e toda a nossa região não deixe os seus créditos por mãos alheias. Se estiver por Lisboa, não deixe de passar por o Parque das Nações e ir à B.T.L., apoiar o nosso grupo e todo o nosso Concelho".
Não faltem.


Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Regresso

No post anterior foi contada uma estória comum a uma grande parte das mulheres da Serra do Açor na primeira metade do século passado. Os homens rumavam à cidade onde procuravam emprego que muitas vezes  era  temporário. Assim, as mulheres ficavam na aldeia a trabalhar na agricultura para poderem garantir o sustento nas alturas em que não havia trabalho em Lisboa. Para além de se dedicarem  à agricultura, tinham também animais que criavam. Era normal terem  grandes rebanhos de cabras e ovelhas, um ou dois porcos, galinhas e coelhos. Era uma vida muito dura em que, em alguns anos, as colheitas nem sequer  compensavam o trabalho que tinham tido.


Com o passar dos tempos, alguns homens conseguiram empregos efectivos  e exigiram a presença das suas mulheres em Lisboa. No entanto, longe da sua terra natal, viviam com o desejo de um dia regressarem. Economizavam o mais que podiam  e, empregavam as suas economias na  construção  duma casa na aldeia. Finalmente, quando atingiam a idade da reforma  e os filhos já estavam "amparados" regressavam ao local que os vira nascer, para ali passarem os últimos tempos de vida. 
Este desejo era comum aos naturais de muitas aldeias e  Miguel Torga, que viveu durante algum tempo em Arganil, retrata como ninguém esse desejo no poema :



Serra do Açor
Regresso

Regresso às fragas de onde me roubaram.
Ah! minha serra, minha dura infância!
Como os rijos carvalhos me acenaram,
Mal eu surgi, cansado, da distância!




Cantava cada fonte à sua porta:
O poeta voltou!
Atrás ia ficando a terra morta
Dos versos que o desterro esfarelou.




 Depois o céu abriu-se num sorriso,
E eu deitei-me no colo dos penedos
A contar aventuras e segredos
Aos deuses do meu velho paraíso. 

MIGUEL TORGA


Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Joaquina, Mulher da Serra

O dia amanheceu quente e ensolarado. Vergada pelo peso do molho do mato, Joaquina subia a custo a ladeira que a conduziria à sua fazenda. Levantara-se mais cedo  para se despachar pois o  "homem" reformara-se e vinha "de todo" para a terra.
Pelo caminho fez uma retrospetiva da sua vida já longa.
Nascera no seio duma família que, não sendo das mais abastadas, vivia desafogada. Tinham muitas terras de cultivo e o pai, pedreiro de profissão, tinha emprego quase todo o ano. Desta forma, para além dos produtos agrícolas   entrava dinheiro em casa, que lhe permitia algum desafogo na criação dos quatro filhos.
Já crescida, resolveu ir com outras raparigas da aldeia para as Minas da Panasqueira. Ali trabalhou durante algum tempo e, motivada pelas amigas ainda andava no salta-e-pilha. Assim juntou algum dinheiro para fazer o seu enxoval.
Como era hábito  os rapazes partirem para Lisboa em busca de emprego,  os irmãos de Joaquina também abandonaram a aldeia. A partir e então, deixou o trabalho nas minas para poder  prestar uma ajuda maior à mãe, passando a dedicar-se apenas ao amanho das terras.
Depois de casada, continuou na aldeia  como muitas outras mulheres enquanto os maridos  trabalhavam em Lisboa. Só pela festa e quando o trabalho do campo apertava mais, eles vinham dar uma ajuda.


Sempre que juntavam algum dinheirinho, empregavam-no na compra de terrenos. Na época, a riqueza das pessoas contabilizava-se pela quantidade de terras que possuíam. E, assim, cada vez a fazenda era maior e o trabalho também. Quis Deus que ela tivesse quatro filhos, todos eles rapazes. Trabalhou muito para os criar e, quando eles já lhe podiam dar uma ajuda, partiam para Lisboa. Toda a vida se lastimou por não ter uma "filhinha" para a ajudar.
Os anos de trabalho árduo foram-se sucedendo. Por vezes, em anos de seca em que  cada minuto de água era aproveitado para regar, tinha que o fazer de  noite, à luz da lanterna. E ela que tinha medo de tudo, passava a noite em sobressalto, assustada até com a sua própria sombra que se refletia no borralho do caminho.
Mas, nessa manhã acordara  mais alegre e a ansiedade apertava-lhe o peito. À   tarde chegava  o seu "homem"  para a ajudar e acompanhar o resto da vida.
E, nessa esperança, o caminho pareceu-lhe menos íngreme e o molho do mato muito mais leve.

Foto: Sónia Coisinha


Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Pernil de Porco

Chegado o fim de semana, há algum tempo mais para cozinhar. Desta vez deixo uma sugestão culinária para quem não estiver em dieta ou não tenha problemas de engordar: Pernil de porco assado no forno.

Ingredientes:

1 Pernil de Porco
1 Cebola
Vinho branco - q.b.
3 dentes de Alho
Colorau
Louro
Pimenta
Azeite
Sal q.b.
Batatas

Confecção:

Dê uns golpes no pernil, esfregue-o com sal e coloque-o  num tabuleiro. Regue com azeite,  junte os alhos picados, vinho branco, um pouco de colorau, louro, pimenta e deixe-o assim,  de um dia para o outro.
No dia seguinte  junte uma cebola grande cortadas às rodelas,   acrescente água e leve a assar em  forno forte, baixando-se  depois para  a carne alourar sem deixar queimar. De vez em quando, regue o pernil  com o molho. Junte batatinhas pequenas previamente descascadas e deixe-as assar também no molho.
Se gostar pode acompanhar com arroz branco e uma boa salada.
Bom proveito!





Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

ArteIdeias - Mãos de Fada

Esta é a capa duma das revistas da Editorial Nascimento, onde são publicados alguns dos meus trabalhos  de rendas e bordados, bem como  das minhas colegas do Pólo Cultural da Junta de Freguesia de Fernão Ferro.
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Nesta revista, a Nº 43, saíram alguns  individuais e toalhinhas que terminei nos últimos tempos. Nela encontram-se os respectivos esquemas e pontos e picôs utilizados.

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Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Coisas de Professora

A minha vida profissional como professora do 1º ciclo iniciou-se no Sobral Magro. Na  aldeia vivia-se em condições precárias. Não havia luz elétrica, nem água canalizada mas, na casa dos meus pais tínhamos   um gerador de energia eléctrica , no sótão  um depósito que enchíamos ligando uma mangueira à fonte e no quintal havia uma grande fossa  que me  proporcionou  boas condições vida enquanto lá estive a lecionar. No entanto na escola nada disso havia. Os Invernos rigorosos eram uma aventura. Tínhamos uma salamandra na sala de aula mas não defumava em condições. De cada vez que a acendíamos,  num instante ficávamos  envoltos numa nuvem de fumo e o ar que se respirava na sala era insuportável. Muitas vezes chegávamos à Escola e não tínhamos visibilidade na sala. Ficávamos a conversar até o Sol romper as nuvens e termos luz suficiente para poder ler e escrever.
Foi o meu primeiro ano de trabalho docente e para mim foi muito positivo  porque conhecia muito bem o local que adorava. Reconheço que para quem não tivesse o mínimo conhecimento do que era viver na serra no século passado, não seria um embate muito agradável a chegada a uma aldeia isolada onde não se conhecia ninguém e onde se iriam passar os meses seguintes afastado da família e do seu meio. Eu não, estava entre a minha gente numa aldeia onde desde pequena passava as férias e me sentia muito bem.
Uma parte dos alunos vinham de longe e, era com grande admiração que via aquelas pequenas crianças chegarem à escola, de mãozitas geladas, faces queimadas pelo frio, mas sempre com um sorriso nos lábios.
Um deles, eu até conseguia adivinhar quando  estava a chegar pois ouvia-o, ao longe, a cantar ou a assobiar. Era o José Carlos que chegava com a Adelina, vindos do Sobral Gordo. Então, eu pensava como podia aquela criança enfrentar um longo e perigoso caminho para ir à Escola, com a alegria que sempre demonstrou.
O tempo passou e, hoje, não me admira  que ele seja um dos membros do Grupo Etnográfico Raízes do Sobral Gordo onde canta e me encanta pois ao ouvi-lo, sinto-me com 20 anos à porta da Escola do Sobral Magro, à espera que ele chegue com a sua companheira de aldeia.

Foto: Facebook do Raízes do Sobral Gordo

 
Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

8º Aniversário do G. E. Raízes de Sobral Gordo




O Grupo Etnográfico Raízes de Sobral Gordo está hoje de Parabéns. Há oito anos iniciaram a sua existência na garagem da sua coordenadora  Odete Francisco, mulher dinâmica que muito tem lutado pela valorização  e divulgação da sua aldeia (berço natal do meu pai).
Desde então, este grupo tem dignificado o nome do Sobral Gordo e da região por todo o lado onde têm atuado. De atuação em atuação vão divulgando a música, danças, cantares, usos e costumes da beira serra.
Para comemorar a data, vão realizar uma festa no próximo dia 27 de Fevereiro, na S. F. U. A. P.  na Cova da Piedade, para a qual convidam todos os que quiserem estar presentes.
Terão ao seu dispôr entre outras iguarias, a  broa de milho, o  mel e a  Ginjinha do Sobral Gordo.

O programa é o seguinte: 






Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O Blog e a Poesia em Dia dos Namorados

Gosto muito de poesia e, por essa razão, é presença assídua no meu blog. Os meus poetas de eleição começaram por me prestar uma ajuda preciosa quando me faltava tema para escrever. Actualmente, é minha vontade postar, mais ou menos semanalmente, uma das muitas poesias da minha preferência. Ocasionalmente sirvo-me também de algumas que vou encontrando na net,  de autoria de amigos que fiz, à custa do blog.
Hoje Dia dos Namorados, socorro-me  de Roberto Carlos, com votos de  um dia muito feliz e apaixonado para todos os meus visitantes.

Amor Sem Limite

Quando a gente ama alguém de verdade
Esse amor não se esquece
O tempo passa, tudo passa, mas no peito
O amor permanece
E qualquer minuto longe é demais
A saudade atormenta
Mas qualquer minuto perto é bom demais
o amor só aumenta
Vivo por ela
Ninguém duvida
Porque ela é tudo
Na minha vida

Eu nunca imaginei que houvesse no mundo
Um amor desse jeito
Do tipo que quando se tem não se sabe
Se cabe no peito

Mas eu posso dizer que sei o que é ter
Um amor de verdade
E um amor assim eu sei que é pra sempre
É pra eternidade

Quem ama não esquece quem ama
O amor é assim
Eu tenho esquecido de mim
Mas d'ela eu nunca me esqueço

Por ela esse amor infinito
O amor mais bonito
É assim nosso amor sem limite
O maior e mais forte que existe.


Obrigada pela sua visita. Volte sempre.








domingo, 13 de fevereiro de 2011

O Blog e as Minhas Memórias

Muitas vezes,  faço neste blog grandes viagens sem sair do local onde estou, não precisando nem de estradas nem de meios de transporte. Há dias em que sou atacada pela nostalgia e parto numa viagem  através das minhas memórias.
Hoje posso dizer que foi um dois em um. Tivemos que ir a Coimbra. A tia Leonilde fraturou o fémur e foi operada no Hospital Universitário. Sendo uma senhora solteira de 86 anos cuja família próxima são as sobrinhas, resolvi cumprir a minha obrigação e fui com o Fernando fazer-lhe uma visita e dar-lhe um pouco de conforto e coragem.
Saímos de Lisboa debaixo dum enorme temporal. A chuva que caía em grande intensidade obrigava a uma atenção redobrada e a uma velocidade controlada. Desta forma, a  viagem demorou um pouco mais. Íamos a meio do caminho e já falávamos no tempo que estávamos a demorar e do cansaço que sentíamos. E foi aí que começou a outra viagem. 
Vi-me com pouco mais de 6 anos, a caminho do Sobral Magro, dentro do primeiro carro do meu pai.
Apesar de adorar a aldeia, a viagem para mim era um tormento.  A estrada,  em mau estado em algumas partes do percurso, era uma sucessão de curvas  e contracurvas que pareciam não ter fim. O carro, comprado em segunda mão, antigo e completamente  carregado, de quando em vez arrastava no pavimento da estrada. Eu repartia o banco de trás, com vários sacos de mantimentos, que não havia à venda nas tabernas da aldeia  e  duas malas de roupa, sobre as quais ainda levávamos a gaiola dos canários.  Nessa altura, eu enjoava nas viagens de automóvel e, apertada entre as malas, balançava  para um lado ou para o outro conforme a curva,  ou saltava no assento  de cada vez que o carro passava sobre um buraco. Desesperada ainda  tentava segurar a gaiola onde os canários piavam e esvoaçavam aflitos. Era uma aventura que demorava sempre à volta de seis horas,  se não se desse o caso de termos um furo ou mesmo uma avaria, o que era raro. Nessas alturas, demorava muito mais.
E, bem lá no fundo das minhas memórias,  eu vejo-me  ansiosa e enjoada debaixo duma qualquer árvore na berma da estrada. Aguardo que o meu pai coloque um remendo, a tapar o furo na câmara de ar do pneu, para podermos prosseguir viagem até à terra ou até ao próximo furo. Era um ritual que tínhamos que cumprir em quase todas as viagens.
De regresso à realidade atual, dei graças a Deus pela acentuada melhoria que se verificou nas nossas estradas e pela construção da auto-estrada em que eu seguia e que, entretanto me fizera chegar a Coimbra sem qualquer anomalia, apesar do mau tempo.
 

Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O Blog e as Viagens

Ao longo da minha vida profissional, sempre tive o meu tempo muito ocupado e nunca tive muitas oportunidades para realizar o meu sonho de viajar. O trabalho, a  família,  e a doença da minha mãe ocupavam-me os momentos  livres que tinha.
Entretanto, chegou  a reforma, os filhos casaram e o tempo passou a render mais. A partir de então, passei a aproveitar alguns fins de semana para passear pelo país. As portas do Mundo abriram-se também para mim e, sempre que possível, parto com  a  família ou com os amigos à descoberta de outros povos, outras culturas, outros modos de vida.
Por essa razão, os meus passeios e  viagens têm ocupado um lugar de destaque n' O Açor, onde os descrevo ou divulgo fotografias dos locais maravilhosos por onde tenho passado.
Espero continuar a desfrutar desse prazer para depois partilhar com quem visita este espaço, o que aprendi sobre os locais por onde passar.

 


Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O Blog e o Artesanato

A serra influenciou-me desde tenra idade. Ali aprendi e ganhei o gosto por várias formas de artesanato. Comecei com  as rendas e bordados, ainda muito pequenina, quando passava férias no Sobral Magro. À tarde, as raparigas e mulheres da aldeia  juntavam-se à porta da minha avó e ali passavam a "hora do calor", sentadas no balcão da tia Idalina a fazer renda sob o olhar dos homens que jogavam às cartas ou simplesmente conversavam, na taberna do Tio Custódio situada ao cimo da rua.

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- Um dos naperons feitos em criança -

A genética talvez também tenha dado uma ajudinha.
A minha mãe era uma exímia rendeira e, desde cedo,  habituei-me a admirar os naperons,  toalhas, colchas ou simples rendas para enfeitar lençóis, que ela fazia. Não havia amostra que ela não conseguisse fazer, por mais complicada que fosse. Na minha família paterna há também vários familiares com jeito para as artes e o meu pai é um deles. Já várias vezes aqui escrevi e divulguei algumas das suas obras de escultura em madeira. É nele que deposito o meu orgulho. Não admira pois, que tivesse necessidade de, muito cedo, partir à descoberta de outras formas de artesanato.
Não segui os passos do meu pai, pois ele domina uma área que eu não consigo, por mais que me esforce. Limito-me a pintar peças de cerâmica ou madeira que compro nas lojas ou então a pintar telas, inspirando-me naquilo que vejo à minha volta, ou em telas de artistas que admiro. Talvez os genes dum primo que pintava muito bem, o pai do ator Guilherme Filipe,  me estejam a influenciar mas, quem me dera chegar "aos seus calcanhares"...

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- Uma das minhas primeiras telas -

Após a minha reforma, passei a frequentar o Polo Cultural da Junta de Freguesia de Fernão Ferro, na área da minha residência, onde decorrem actividades de tempos livres para adultos  em várias áreas, entre as quais actividades relacionadas com o  artesanato. Os trabalhos de rendas e bordados acabam mesmo por ser publicados nas conhecidas revistas ArteIdeias e  Ponto de Cruz & Novidades.
Não admira pois que, ao longo destes três anos, o artesanato nas suas diversas áreas, tenha sido assunto assíduo no meu blog e irá continuar a ser  enquanto ele existir.

Obrigada pela sua visita. Volte sempre.




O Açor

Ao iniciar as postagens havia que escolher um nome para o blog o que não foi difícil. Tendo as minhas raízes na serra do Açor, sofri as influências dessa serra na minha maneira de ser, de pensar e de agir. Ali dei os meus primeiros passos em muitas das actividades que têm feito parte da minha vida. Adoro esta região tão bela com as suas   paisagens estonteantes, a água pura e cristalina a escorrer pelas encostas dos montes, a  vegetação colorida  que a reveste, as pequenas aldeias semeadas pelos seus vales e outeiros, o seu ar puro que me  revigora o corpo e alma.  Assim o nome não podia ser outro.


Serra do Açor

 
No entanto,  ao programar o conteúdo do blog, entendi  que não iria escrever apenas sobre  a serra do Açor. Esse seria o tema principal pois a região era muito pouco divulgada mas, alarguei os   horizontes   aos meus  gostos e interesses, muitos dos quais adquiri ali mesmo, na serra. Foi na serra que descobri o gosto que tenho pelo  artesanato, que me iniciei na aprendizagem das  letras, que leccionei pela primeira vez e, foi lá  que despertei para a necessidade de descobrir o país e  outros modos de vida pelo mundo fora. Assim, estes foram temas obrigatórios durante os três anos de existência do blog, a que se vieram juntar outros mais,

 

Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O Blog e os Amigos

Desde o nascimento d' O Açor  passaram a fazer parte da minha vida os amigos virtuais. Sendo novata e quase analfabeta em questões relacionadas com a internet, fiquei muito admirada quando começaram a aparecer comentários de pessoas que eu não conhecia de lado nenhum. Fui retribuindo as visitas e, hoje tornou-se um vício ir saber o que se passa com aqueles "estranhos" que passaram assim a fazer parte da minha vida.
É natural que ao fim de três anos já me aperceba e me preocupe com as dificuldades que alguns atravessam na vida.
É o que acontece atualmente.  Ricardo Calmon , o autor do blog Viver é Pura Magia,  que visito com regularidade, está a atravessar um momento muito difícil. Hoje as minhas preces são em sua intenção, esperando tê-lo entre nós cuidando do seu lindo campo de girassóis e dando-nos o prazer da sua escrita.
Que Nossa Senhora das Necessidades olhe por ele e o ajude a ultrapassar esta fase.




Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

3º Aniversário d' O Açor

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Parece que ainda foi ontem, mas já lá vão três anos.
Tinha eu então dois blogs onde dava as principais notícias das actividades das Comissões de Melhoramentos de Sobral Magro e do Porto Silvado. Isto acontecia esporadicamente, pois as aldeias são pequenas e   as novidades ao longo do ano são muito poucas. Quando me aposentei, senti  a necessidade de ler e escrever mais e a net foi a opção que escolhi. Assim nasceu O Açor.
Durante esta semana em que vou estar em festa, vou escrever sobre alguns dos temas  mais presentes no blog. Para iniciar, compus a imagem comemorativa do aniversário, tendo como inspiração um dos locais míticos da serra do Açor, o Monte do Colcurinho com a sua ermida dedicada à Nossa Senhora das Necessidades,  à qual   muitos naturais da serra recorrem em momentos de aflição.
Com votos de que a Nossa Senhora das Necessidades ajude todos os meus visitantes, agradeço a  sua visita. Volte sempre.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Selo de Qualidade

A  amiga Maria  do blog Divagar Sobre Tudo Um Pouco presenteou O Açor com este selinho:


Fiquei muito agradecida pelo carinho e, logo que tenha as minhas fotografias organizadas, dedicar-me-ei ao blog dos Presentes dos amigos, onde ele ocupará o seu merecido lugar.
Repasso-o agora a todos os amigos que me visitam.


Nome: Lourdes
Uma música: Unchained Melody
Humor: Normalmente bem disposta, mas quando me pisam...
Uma cor: Azul
Uma estação: Primavera
Como prefere viajar: De avião, mas adorava fazer um grande Cruzeiro.
Um seriado: CSI
Frase ou palavra dita por você: Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido
O que achou do selo: Gostei muito e agradeço o carinho.

E agora já sabem. Podem levar se quiserem participar na brincadeira.


Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Parabéns Porto Silvado



Hoje o meu destaque vai para a Comissão de Melhoramentos de Porto Silvado que está de Parabéns.
Fundada em 1952, os seus 59 anos de existência têm sido passados numa luta constante para a melhorar as condições de vida dos habitantes da aldeia.
Para os actuais dirigentes vão os meus votos de muitos sucessos numa luta que nunca está terminada.

PARABÉNS


Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Bolo de Maçãs e Nozes

Fim de semana à porta. Aproxima-se o dia de reunir a família e um miminho sabe sempre bem. Vou fazer um bolo. Procurei na net e encontrei uma receita que deve ser muito agradável. Está em:
http://www.gastronomias.com/

(Imagem da Net)

Ingredientes:
2 chávenas de açúcar
6 ovos
1 chávena de óleo
2 chávenas de farinha
1 colher de chá de canela em pó
2 maçãs
12 a 15 nozes
um pouco de fermento em pó

Confeção:

Mistura-se o açúcar com os ovos, junta-se o óleo , a canela, a farinha e o fermento.
Depois de bem batido junta-se as maçãs cortadas ás rodelas e as nozes picadas grosseiramente.
Vai ao forno médio em forma untada com margarina e polvilhada com farinha, durante cerca de 1 hora.


Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Individual

Mais um individual terminado, mais um para mostrar aqui no blog. Muito simples e de rápida execução é um ideia para um oferta de última hora.

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Na imagem seguinte pode ver-se um pormenor do bordado.
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E nesta outra, um pormenor do picô.

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Gostei do efeito, mas penso que o bordado do picô devia ser feito com linha mais grossa para ficar mais preenchido. Como não tinha, utilizei a mesma do bordado da barra.





Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Notícias de Pomares


Foi em Fevereiro de 1959 que o Padre Aurélio de Campos fundou o jornal Notícias de Pomares.
Este órgão de comunicação social  deu-nos a conhecer durante vários anos   as notícias dos acontecimentos mais importantes que se passavam na freguesia.
Este pequeno jornal mensal foi muito importante para os povos da freguesia que se encontravam a residir na região de Lisboa. Numa época em que as comunicações eram difíceis e dispendiosas, era com grande curiosidade que   recebíamos um novo exemplar que líamos avidamente do princípio ao fim.
Apesar da existência de outros jornais no concelho, era o Notícias de Pomares que nos dava aquelas pequenas informações, como as das imagens abaixo, que nos faziam sentir mais próximos do nosso torrão natal.





Obrigada pela sua visita. Volte sempre.