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sexta-feira, 29 de maio de 2015

Aldeias Históricas: Trancoso 2

A História de Trancoso é muito rica. Ali se se estabeleceram, na Idade Média,várias  famílias da comunidade judaica, supostamente convertidos, mas que particularmente continuavam a manter  os seus usos e costumes.   


Viviam numa parte da povoação que lhes era destinada, muitas vezes junto a uma sinagoga. Eram as judiarias.

Em Trancoso são bem visíveis as marcas deste povo,  pois  as suas casas   eram marcadas com símbolos próprios que ali permanecem bem visíveis, sendo o seu ex-líbris a Casa do Gato Preto.
Esta casa era também conhecida como Casa do Leão de Judá, é um edifício que se pensa ter pertencido  a uma família judaica ou mesmo ao rabino da comunidade.

Apesar das alterações que já sofreu,  ainda são bem visíveis os elementos esculpidos na fachada principal: as portas de Jerusalém, uma pomba, uma figura representando um homem a entrar na sinagoga e a segurar o kippá e o Leão de Judá. 


Do património judaico presente em Trancoso existe ainda o  Poço do Mestre, que se pensa ser a nascente que alimentava o mickvé ( ritual de purificação judaico utilizando água duma fonte natural).

De tal forma os judeus foram importantes em Trancoso, que o município construiu um pequeno museu que lhes é dedicado, o “Centro de Interpretação Judaica Isaac Cardoso”, onde se pode visitar uma pequena sinagoga.

Para além dos vestígios judaicos existem em  Trancoso outros locais e monumentos que não podemos deixar de visitar. 
O Castelo 
O castelo foi construído no local onde existia um castro pré-romano, mas não se conhece ao certo a sua  origem.
O interior  está muito bem preservado, com passadiços e escadas em madeira que levam à torre de Menagem, à qual podemos subir e  desfrutar de uma vista estonteante sobre os arredores da cidade.
O castelo e as muralhas são os mais importantes e mais antigos monumentos de Trancoso e estão classificados como Monumento Nacional.
Largo do Município
Neste largo sobressaem os Paços do Concelho, um edifício em estilo românico/neo-clássico e a estátua em memória de Gonçalo Anes Bandarra, famoso poeta, profeta e sapateiro que viveu em Trancoso, no séc. XVI e  ficou célebre pelas suas profecias que lhe valeram ser perseguido pela Inquisição.

Casa dos Arcos - Este edifício foi construído no século XVII. Foi sede do tribunal e residência dos juízes de fora.
Praça D. Dinis
Nesta praça situava-se  a Casa da Câmara,  e o Convento de Santa Clara. Era também o local onde se realizavam as feiras e mercados. 
Atualmente, neste bonito espaço podemos apreciar várias construções de arquitetura histórica e religiosa bastante interessantes.  Eis alguns:

Igreja de São Pedro - Em estilo românico tem o brasão com duas chaves cruzadas,  numa alusão a S. Pedro. No interior encontra-se o mausoléu seiscentista do famoso Bandarra, que ali foi sepultado em 1545.
O Pelourinho - À frente da igreja, foi mandado construir por D. Manuel I, na altura em que   atribuiu  Foral Novo, à então vila de Trancoso. Em 1910 foi classificado como Monumento Nacional.
Igreja da Misericórdia -  Construída entre 1742 e 1792,tem sobre a  porta principal o escudo real.
No local oposto, existe   ainda a casa que serviu de quartel do General Beresford, o Palácio Ducal e a Igreja de Santa Maria de Guimarães.

Necrópole




quinta-feira, 28 de maio de 2015

Aldeias Históricas: Trancoso 1

Faz parte do roteiro de aldeias históricas de Portugal e pertence ao Distrito de Guarda. O centro histórico é cercado por grandes muralhas, onde se abre a Porta d’El Rei, construída em homenagem ao rei D. Dinis, que casou em Trancoso com Isabel de Aragão, em 1282. Os principais monumentos são o pelourinho, o castelo e a Igreja de São Pedro.

Texto copiado de: http://www.blogmarcossantos.com.br/2013/02/18/as-belezas-da-imponente-serra-da-estrela/
Copyright © Blog do Marcos Santos
Bem perto de Linhares da Beira, em  pleno interior da Beira Alta vamos encontrar Trancoso, uma cidade que pertence ao distrito da Guarda. 
Devido à sua posição estratégica, situada num planalto a 898 m de altitude, foi uma  importante vila medieval  com grande importância na reconquista cristã. Nessa época,  Trancoso era um pequeno lugar dentro do castelo.
Por ali se fixaram  romanos, visigodos, mouros e cristãos, até que  D. Afonso Henriques o conquistou definitivamente, em 1160, concedendo-lhe carta de foral, confirmada por D. Afonso II, em 1217.
Situada perto da fronteira,  a vila de Trancoso ganhou importância no país, pois para além de ter papel preponderante na defesa do território, ganhou também  grande importância  na  actividade comercial,  quando D. Afonso III, criou a sua feira franca. O nome da vila de Trancoso ganhou ainda mais notoriedade, quando foi escolhida para ali se realizar  o casamento de D. Dinis com D. Isabel de Aragão. 
À medida que a população aumentava, foi-se espalhando pelos arredores do castelo. D. Dinis mandou então construir nova muralha, onde albergasse  casas, terrenos e o próprio castelo. 
Trancoso voltou a ter importância primordial na defesa do país, durante a guerra pela Independência, quando tomou o partido do Mestre de Aviz, derrotando o rei de Castela que reclamava a coroa portuguesa, na batalha de Trancoso em 1385. 
No final do século XIX, a população já não cabia dentro das muralhas e a vila estendeu-se pelos arredores, até que, em  9 de Dezembro de 2004, foi elevada à categoria de cidade. 
No entanto, os trancosenses sempre tiveram orgulho no  passado e preservaram a  zona histórica  com o seu belo castelo medieval situados intra muralhas.    


Atravessando as Portas d'El Rei, uma das várias entradas na zona histórica, podemos respirar um pouco do ambiente medieval, percorrendo as suas ruas ladeadas de casas de pedra granítica, enfeitadas com rosas e hortênsias e apreciando os diversos monumentos e vestígios históricos que, juntamente com o castelo, fizeram com que Trancoso fosse integrado na rede das Aldeias Históricas.





Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Linhares da Beira II

Linhares da Beira foi uma povoação que me surpreendeu pela positiva. Por essa razão, hoje deixo um pequeno vídeo que fiz com as imagens que captei desta localidade onde se nota o cuidado em preservar um passado histórico-cultural de que se pode orgulhar. Ao mesmo tempo, alia a sua origem ancestral à modernidade com a organização de cursos e festivais de parapente, levando o nome da povoação além fronteiras, com a organização de  festivais e campeonatos do Mundo desta modalidade.  





Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

terça-feira, 26 de maio de 2015

Pelos Caminhos de Portugal: Linhares da Beira

Junto à aldeia natal dos meus pais situa-se a povoação  do Piódão, sobre a qual já aqui escrevi várias vezes e mostrei bastantes imagens. Esta povoação está integrada num grupo de 12 aldeias denominadas por Aldeias Históricas de Portugal. São elas:  Almeida, Belmonte,Castelo Mendo,Castelo Novo, Castelo Rodrigo, Idanha-a-Velha,Linhares, Marialva,  Monsanto, Piódão, Sortelha e Trancoso.

Conhecendo bem o Piódão, sentia uma grande curiosidade em conhecer as outras povoações. Durante a semana passada tive oportunidade de conhecer mais três.

Hoje começo com Linhares da Beira, uma povoação situada na vertente ocidental da Serra da Estrela, a uma  altitude de 180 metros.
Esta aldeia histórica ,  teve outrora  grande importância na região e tem, nos dias de hoje,  testemunhos do passado em cada pedra das suas ruas, , das suas casas bem preservadas ou do seu castelo altaneiro.

O castelo essencialmente militar, ergue-se no alto dum monte, tendo a povoação a seus pés e oferece ao visitante uma paisagem de rara beleza. 
A aldeia teve origem num castro posteriormente ocupado e desenvolvido pelos Romanos e tem várias marcas desses tempos em sepulturas, num trecho da calçada romana e em parte do edifício actualmente chamado Fórum de Linhares.

Foi palco de lutas pelo poder da região.Habitada por Lusitanos,  por ali também passaram Visigodos e Árabes e foi conquistada por D. Afonso Henriques, que  lhe concedeu a primeira carta de foral em 1169.
Linhares viu ainda o seu foral reconhecido por D. Sancho I em 1198, por D Afonso II em 1217, e recebeu foral novo, dado por D. Manuel I em 1510. 

Do património histórico da localidade,  destacam-se ainda a igreja matriz de origem românica, que guarda três pinturas do mestre português Grão Vasco, o pelourinho manuelino, a casa da câmara, com armas reais de Dona Maria, o solar Corte Real, construção barroca do século XVIII e o solar Brandão de Melo, edifício neoclássico do século XIX. 
Atualmente pertence ao concelho de Celorico da Beira e é palco de descidas de parapente sendo conhecida como Capital do Parapente.
Em 2013 a Antiga Vila de Linhares da Beira é classificada como Conjunto de Interesse Público.

Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Pelos Caminhos de Portugal: Folgosinho



Muitas são as localidades do país que desconhecemos , apesar de se situarem em locais próximos da região onde habitamos ou onde passamos férias.
Sempre que posso, tento partir à descoberta de novos lugares para assim enriquecer os meus conhecimentos acerca do meu país.

Desta vez, Folgosinho foi a povoação que fui conhecer e que cujas impressões e imagens passo a partilhar.

Folgosinho é uma aprazível localidade situada na encosta norte da Serra da Estrela, a 933 metros de altitude num local de difícil acesso e de fácil defesa, tendo grande importância estratégica, nas lutas contra Mouros  e Leoneses.

Pensa-se que Folgosinho teve a sua origem  em dois castros  pré históricos, um no local onde se construiu o castelo e o outro no local oposto, hoje denominado por Outeiro.

A povoação é uma das que reclama para si o local de nascimento de Viriato, existindo até uma casa, que  dizem ter sido habitada por esta importante figura histórica dos Lusitanos.  


Em 1187 recebeu foral de  D. Sancho I que lhe valeu a classificação de vila e sede de concelho, ficando sob a alçada do próprio rei. Mais tarde, teve como donatários os marqueses de Arronches e depois os duques de Lafões. 

Em 1836, devido à reformulação administrativa do reino , Folgosinho deixou de ser sede de Concelho,  sendo atualmente uma das freguesias  que formam o concelho de Gouveia.



Devido à sua situação privilegiada,  Folgosinho oferece aos seus visitantes, para além de  locais de interesse turístico, uma paisagem ímpar onde o casario de inúmeras aldeias em redor, se estendem até onde a vista alcança.







Obrigada pela sua visita. Volte sempre.